quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Papa afirma que liturgia é fundamental na vida cristã


Propõe como modelo a santa alemã Matilde de Hackeborn
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 29 de setembro de 2010 (ZENIT.org) - O Papa Bento XVI sublinhou a importância da liturgia na vida espiritual cristã, como foi para Santa Matilde de Hackeborn, a quem apresentou hoje durante a audiência geral.

Seguindo seu ciclo de escritores cristãos, que, com Hildegarda de Bingen no final de agosto inaugurou uma série de catequeses sobre mulheres insignes, o Papa quis hoje falar sobre uma das grandes figuras do monaquismo alemão.

Santa Matilde de Hackeborn, de família nobre, nasceu e morreu no século XIII, em Turíngia (Alemanha) e viveu quase toda a sua vida no convento de Helfta, na mesma congregação em que estava sua irmã mais velha, Gertrudes.

Naquela época - e graças a Gertrudes -, o mosteiro de Rodersdorf e o de Helfta se converteram, afirmou o Papa, em um importante "centro de mística e de cultura, escola de formação científica e teológica".

Matilde "pela humildade, fervor, amabilidade, limpeza e inocência de vida, familiaridade e intensidade na relação com Deus, com Nossa Senhora e com os santos. Estava dotada de elevadas qualidades naturais e espirituais".
Entre outras, tinha uma voz de extraordinária suavidade. Foi professora do coral do convento, além de mestra de noviças.

Matilde era chamada com o apelido de "rouxinol de Deus".

"A oração e a contemplação foram o adubo vital da sua existência: as revelações, seus ensinamentos, seu serviço ao próximo, seu caminho na fé e no amor têm aqui sua raiz e seu contexto", explicou o Papa.

"É impressionante a capacidade que esta santa tinha de viver a Liturgia em seus vários componentes, inclusive os mais simples, levando-a à vida monástica cotidiana", acrescentou o Pontífice
"Suas visões, seus ensinamentos, as circunstâncias da sua existência são descritas com expressões que evocam a linguagem litúrgica e bíblica", explicou.

A santa tinha, segundo destacou o Papa, um "profundo conhecimento da Sagrada Escritura, seja tomando símbolos, termos, paisagens, imagens ou personagens".

De Matilde, Bento XVI convidou os fiéis a imitarem a importância que ela dava à Liturgia das Horas e à Santa Missa.

"A oração pessoal e litúrgica, especialmente a Liturgia das Horas e a Santa Missa, são a raiz da experiência espiritual de Santa Matilde de Hackeborn."

"Isso é também para nós um forte convite a intensificar nossa amizade com o Senhor, sobretudo através da oração cotidiana e da participação atenta, fiel e ativa da Santa Missa. A Liturgia é uma grande escola de espiritualidade", acrescentou.

Matilde sentia grande predileção pelo Evangelho, que o próprio Jesus, em uma visão, lhe recomendou ler, para compreender "seu imenso amor", que "em nenhum lugar se encontra expresso mais claramente que no Evangelho".

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Os detalhes falam, não?

Curso de Formação e Atualização Litúrgico-musical

Continuam abertas as inscrições para mais uma etapa do Curso de Formação e Atualização Litúrgico-Musical (CELMU), que acontece em Agudos (SP), entre os dias 05 a 15 de janeiro de 2011. O curso completo é de três etapas, dez dias em cada etapa, sempre no mês de janeiro. É promovido por nove entidades, entre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O CELMU está completando 20 anos. Durante este tempo, inúmeros agentes de música litúrgica do Brasil buscaram formação e aprofundamento e tornaram-se referência para a liturgia em suas comunidades. O curso visa formar e atualizar pessoas que trabalham com música e liturgia e necessitam de um suporte teórico-musical e litúrgico. Podem participar do curso: compositores, letristas, animadores de canto, regentes e instrumentistas que estejam engajados nas comunidades e ações litúgico-musicais, e que garantam o efeito multiplicador. As disciplinas oferecidas no decorrer do curso são o canto coral, canto gregoriano, ecumenismo, educação musical (musicalização), harmonia e contraponto, história da música na liturgia cristã, iniciação musical (metodologia para o ensino), liturgia e pastoral da música litúrgica, percepção musical, prática instrumental, prosódia, regência, religiosidade popular e liturgia, técnica vocal e teoria musical.

A prática comprova que grande parte da participação da assembleia nas ações litúrgicas é assegurada pela música. A música litúrgica facilita a compreensão e acolhida da palavra de Deus, atinge mais profundamente a pessoa na sua totalidade, expressa com mais força a fé da comunidade orante, cria maior união entre os irmãos, possibilita um mergulho no mistério. Contudo, deve ser “boa música” e que seja bem executada, tanto aquelas partes próprias de toda a assembléia litúrgica, quanto às partes que podem ser assumidas por solistas, ou grupo de cantores. Assim, naquelas Igrejas onde, por um motivo ou outro houve um enfraquecimento ou descuido na formação musical, certamente, são percebidas muitas lacunas e dificuldades durante as celebrações litúrgicas. Todos sentem a urgência desta formação litúrgico-musical, não só dos ministros da música (cantores, instrumentistas, compositores) como também de todo o povo celebrante.

O Curso é Ecumênico e oferecido a pessoas que se dispõe a serem, de alguma forma, multiplicadores, animadores da formação litúrgico-musical nas bases. Não podemos nos dar ao luxo de sermos apenas “consumidores” desta formação: a prática musical-litúrgica de nossas igrejas está necessitando pessoas que empenham todo o seu potencial humano e de fé na animação e renovação da música na liturgia.

“O CELMU tem por objetivo promover uma melhor integração da música na liturgia, mediante uma preparação adequada dos seus agentes, para que sua função ministerial seja verdadeira expressão do Mistério Pascal”, explica o assessor de Música Litúrgica da CNBB, padre José Carlos Sala.

Outras informações pelo telefone (11) 3885-5025 em horário comercial

Site: www.celmu.com.br ou www.casadareconciliaçao.com.br

E-mail celmu@casadareconciliacao.com.br

"Entender tudo na missa é preciso?"


Este estudo é baseado no artigo "Mitos Litúrgicos", que escrevi e foi revisado por Sua Excelência Reverendíssima Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo da Diocese de Frederico Westphalen (RS). O artigo lista 32 idéias equivocadas sobre a Sagrada Liturgia e contra-argumento com a palavra oficial da Santa Igreja. Foi publicado em Fevereiro de 2009 e pode ser lido na íntegra em:


http://www.salvemaliturgia.com/2009/04/mitos-liturgicos.html


Nesta vigésima postagem, postamos o Mito 20, juntamente com um comentário atual a respeito, aprofundando o assunto.


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Mito 20:


"Para participar bem da Missa é preciso entender a língua que o padre celebra"


Não é.


Embora possa ser útil compreender a língua que o padre celebra (e por isso são amplamente divulgados os missais com tradução em latim / português, nos meios em que a Santa Missa é celebrada em latim), o principal é contemplar o Mistério do Santo Sacrifício que se renova no altar, e para isso não é necessário compreender todas as palavras.


Missa não é jogral.


O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, afirma ("O sal da terra"):

"A Liturgia é algo diferente da manipulação de textos e ritos, porque vive, precisamente, doque não é manipulável. A juventude sente isso intensamente. Os centros onde a Liturgia é celebrada sem fantasias e com reverência atraem, mesmo que não se compreendam todas as palavras." ---


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Comentário sobre este ponto (24/09):


Vemos hoje muitos se rejubilarem em ver o latim "supultado", dizendo com entusiasmo:

"Graças a Deus que hoje Missa é português, antigamente era latim e ninguém entendia nada!"


Ora, e hoje, que a Missa é em português, quem entende o que é a Santa Missa?


Quem sabe hoje que ela é a Renovação do Santo Sacrifício de Cristo e o que isso significa?


Pois a Santa Missa é a Renovação do Seu Único e Eterno Sacrifício, consumado de uma vez por todas na cruz e tornado presente no altar, oferecido a Deus Pai, pois pelas mãos do sacerdote; pois na Santa Missa, Nosso Senhor Jesus Cristo está presente verdadeiramente no Santíssimo Sacramento do Altar, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, nas aparências do pão e do vinho, como afirma o Catecismo da Igreja Católica, n. 1362-1377; 1411).


Será mais gente do que na época que as Missas eram em latim?


Como escreveu o Dr. Rafael Vitola em artigo na postagem anterior desta série:


"Na Missa não precisamos entender as palavras, precisamos entender é o que está acontecendo. De outra sorte, pergunto: é preciso que o povo entenda as PALAVRAS da Missa? Não! O que é preciso é entender a PRÓPRIA Missa! Todos entendemos todas as palavras da Missa? Claro que não. Há muitas passagens de altíssima teologia, que quase ninguém entende.Mas isso não nos impede de colher frutos da Missa. Se o entendimento das palavras da Missa fosse necessário para cresceres espiritualmente e para apreenderes os frutos da liturgia, então só doutores em teologia iriam à Missa, só eles se beneficiariam. (...) Importa entender que a Missa é o Sacrifício da Cruz e nos unirmos a esse atosublime. Não importa entender o que as palavras da Missa dizem. Ajuda? Sim, podeajudar, mas importar não importa. E quem quiser acompanhar as palavras podedecorar a Missa em latim, como decora o português, e ainda acompanhar pelos missais e folhetinhos.(....) O motivo de muitos não gostarem do latim é por não terem entendido o que é a Missa, ainda. A Missa é PARA DEUS, não para os homens. Não somos nós que temosde entender as palavras, mas Deus."


Realmente, como falmamos anteriormente, a Santa Missa, em essência, é para Deus e não para os fiéis, pois ela é a Renovação do Santo Sacrifício de Nosso Senhor, oferecido a Deus Pai pelas mãos do sacerdote. Embora, como foi dito, os fiéis que participam da Santa Missa se beneficiam. Pois na Missa, Nosso Senhor "se sacrifica sem derramamento de sangue, e nosaplica os frutos da sua Paixão e Morte." (Catecismo de São Pio X, n. 254) Assim, nós somos BENEFICIÁRIOS da Missa, mas o DESTINATÁRIO é Deus.

Essa consciência de que A MISSA É PRA DEUS, certamente, é um dos elementos que falta para muitos compreenderem o valor do latim.


Porém, vamos também um outro elemento no homem moderno, de natureza esssencialmente anticristã e mesmo antireligiosa, que é barreira para o latim na Liturgia: o RACIONALISMO.


Em que sentido se dá esse racionalismo?


Antes de explicitarmos a resposta, importa compreender que a Doutrina Católica defende um equilíbrio entre a fé e a razão. O saudoso Papa João Paulo II escreve que "a fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade." (Fides et Ratio, 1) Antes disso, o Concílio Vaticano I (1797) em 1870 já havia definido a respeito da fé e da razão: "Jamais pode haver verdadeira desarmonia entre uma e outra, porquanto o mesmo Deus que revela os mistérios e infunde a fé, dotou o espírito humano da luz da razão".


Pela luz natural da razão, podemos compreender que Deus existe. O Concílio Vaticano I (n. 1785) definiu que a "Santa Igreja crê e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana, por meio das coisas criadas." Também pela razão podemos identificar os sinais da Revelação de Deus em Nosso Senhor Jesus Cristo, através dos milagres de Nosso Senhor e dentro da Sua Santa Santa Igreja, e das evidências históricas da Origem Divina da Igreja (Catecismo da Igreja Católica, n. 156). Pela fé, que é a uma adesão da inteligência e da Vontade à Verdade revelada por Deus em Nosso Senhor, podemos conhecer algo a mais da Verdade a respeito de Deus e de nós, além do que a luz natural da razão revela (Catecismo da Igreja Católica, n. 155).


O "fideísmo" (fé sem razão) é um desequlíbrio, é comum o vermos em declarações que expressam uma mentalidade de origem protestante e gnóstica, que desmerecem a matéria, o ser humano e a razão humana, com frases do tipo: "Não estude, senão você vai perder a fé!"


O desequilíbrio oposto é o "racionalismo" (razão sem a fé), que tem o seu grau mais extremado no ateísmo ("não é possível provar pelo método científico que Deus existe, logo, Deus não existe...") e no agnosticismo ("não é possível provar pelo método científico que Deus existe, logo, não podemos saber se Deus existe"), que é um ateísmo prático; ou mesmo no relativismo pós-moderno, onde a razão, já divorciada da fé, busca certezas matemáticas daquilo que ela não pode dar e acaba negando-se a si mesmo, afirmando que e a verdade não pode ser conhecida de maneira objetiva, então cada um tem a "sua verdade"; ou seja, a razão sem a fé logo acaba distorcida e negando a própria razão.


Entretanto, este racionalismo, que teve a sua maior manifestação à partir do iluminismo, influenciou os próprios católicos e certas correntes teológicas, e mesmo a teologia litúrgica.

De clara influencia racionalista é, por exemplo, a pretensão de "querer abarcar toda a realidade" dentro da nossa cabeça, e por isso, querer tirar de cena aquilo que é Mistério e o que aponta para o Mistério.

Ora, Deus não cabe dentro de nossa cabeça, e para nós, Nele sempre haverá Mistério!


Esta tendência racionalista, de tirar o Mistério, acontece mesmo dentro do campo litúgico, onde vemos a pretensão de eliminar aquilo que "nem sempre compreendemos" e que aponta para o Mistério de Deus, que é algo que nossa razão não consegue abarcar completamente. E este é um dos motivos da oposição ao latim, ao esplendor, ao incenso...

Rafael Vitola Brodbeck, diretor do nosso blog, em um artigo publicado a alguns meses atrás, aborda esta temática no campo litúrgico, da seguinte forma:

"Em um país de esmagadora maioria de analfabetos, iríamos eliminar as letras, os sinais de pontuação, a gramática? Se a resposta ao analfabetismo é a alfabetização, a resposta a um século que não lê os símbolos é ensinar-lhes o seu significado, não propor seu banimento! O homem advindo do racionalismo não entende os símbolos, não é capaz de aprofundar no belo, vê o fausto e o esplendor como farisaísmo estéril ou triunfalismo."


O mesmo assunto foi abordado também alguns meses atrás em artigo de nosso blog por Taiguara Fernandes de Sousa, também membro da nossa equipe, onde ele afirma:

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"O homem moderno parece ter uma necessidade de entender tudo, de saber de tudo. O homem moderno acha-se tão superior que não admite mistérios, não admite símbolos, não admite segredos. Hoje, efetivamente, como aos pagãos, poder-se-ia falar na “loucura da Cruz” (I Coríntios 1,18) porque, para o homem racionalista moderno, um mistério tão grandioso como a Salvação dos homens na Cruz por Cristo, como a Transubstanciação na Missa, um Deus assim tão inefável e transcendente, que não cabe na mente humana, seria uma loucura. (...)

A Missa, na cabeça de muitos, deixou de ser Mysterium Fidei e passou a ser Mysterium rationis, mistério da razão; isso causa conseqüências nefastas: seria preciso adaptar a Liturgia À melhro maneira de o homem entendê-la, pois ela é um mistério de sua razão; o homem é posto no centro, e Deus daí é retirado; o antropocentrismo penetra, e com ele os abusos. (...)


Por que esta necessidade de que o homem saiba por seus sentidos de tudo que se passa? É o racionalismo que penetrou na Missa; o homem agora não se contenta com o Mistério, precisa ouvir tudo, saber de tudo; sua razão orgulhosa não permite que ele não saiba de tudo. (...)


A rejeição do latim por muitos fiéis, sacerdotes e Bispos é também reflexo da penetração do racionalismo. O latim que possui profundo sentido teológico: além de ser a conexão com as inúmeras gerações passadas da Igreja, preserva melhor o sentido dos textos, protege-os das evoluções das línguas vernáculos e, assim, das corruptelas de doutrina, além de ser a língua da Igreja de Roma, o que demonstra perfeitamente a comunhão com esta Igreja, “com a qual todas as outras Igrejas devem se conformar”, segundo Santo Irineu. O Papa Beato João XXIII, na Constituição Apostólica Veterum Sapientia, dá inúmeras razões para que o latim permaneça como a língua da Liturgia. Paulo VI lamentou sua perda diversas vezes. João Paulo II quis recuperá-lo. Bento XVI permanece na luta pelo seu resgate. O latim, por não ser uma língua do cotidiano, expressa muito bem o Mistério de Deus: inefável e incompreensível em sua Majestade, a Deus a Igreja não se dirige como se dirige ao povo, na sua língua pátria; a Igreja se dirige a Deus por uma língua própria para Ele, uma língua solene, uma língua que a razão humana tem dificuldade de entender, como tem dificuldade de entender a Deus. Por isso mesmo o latim cria um ambiente de solenidade, de transcendência, de sagrado, de Mistério. Mysterium Fidei. Mas rejeita-se o latim, apesar de seu profundo sentido. A justificativa para essa rejeição injustificável? É comumente dito que “o povo não entende”. Esta justificativa é denúncia máxima da penetração do racionalismo na Liturgia. Por que o povo precisa entender tudo na Missa e não apenas o essencial – como de Deus não entendemos tudo, mas só o essencial, que Ele mesmo nos revelou? Por que é preciso que o povo saiba o que se diz a cada ato? Por que é necessário que o povo escute claramente cada palavra, que a razão humana entenda todo o texto, em seus mínimos detalhes? Porque, para o homem moderno, nada tem razão de ser se não passa pela sua razão; o homem moderno tem que entender tudo, sua ambição é pela onisciência. (...)... e, assim, não se nota que o sentido máximo da Liturgia não está dentro da mente humana, que a Liturgia tem seu sentido maior justamente fora da mente humana, em Deus, que é Mistério. (...)


Para resolver o problema do racionalismo, um dos primeiros e mais imediatos passos é a restauração do latim na celebração a Missa Nova e sua preferência em relação às línguas vernáculas. (...)

Mas nada disso adiantará se não for feita uma reforma das convicções do homem moderno. É preciso que o católico moderno não caia na tentação de idolatrar-se ou idolatrar sua razão, como tristemente faz a Modernidade, em seu infeliz racionalismo. É preciso reconhecer nossa pequenez diante de Deus, a pequenez de nossa razão perante o Seu Mistério. Em suma, é preciso ter humildade. Ir à Missa com humildade e reconhecer-se pequeno, indigno. Essa é uma atitude de todo necessária para consertar este grave problema do racionalismo na Liturgia, que tantas más e graves conseqüências vem provocando. A Liturgia não é mysterium rationis ou mysterium populi: ela é Mysterium Fidei, expressão do Mysterium Dei."


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Para exemplificar todo esse caráter "mistérico" da Santa Missa, olhemos para diferentes maneiras de expressar isso em diferentes formas litúrgicas.

Cito, para isso, mais uma vez o Taiguara, no mesmo artigo mencionado:


"Na forma tradicional do Rito Romano, todo o Ofertório e o Cânon eram rezados em voz baixa, de forma que só o sacerdote o pudesse ouvir, mas não o povo. O sentido é de que esta Oração santíssima deveria ser envolvida em mistério, preservado do barulho mundano, resguardado pelo sacerdote num manto de silêncio sagrado, como era resguardada por um véu a Arca da Aliança no Templo. No Oriente ainda há Ritos cuja Consagração é celebrada em completo mistério no interior de um presbitério, sem que o povo possa vê-lo ou ouvi-lo. Hoje em dia há quem se escandalize em saber que na Missa Tradicional o povo não ouve o Cânon. (....) Por que esta necessidade de que o homem escute tudo? Por que esta necessidade de que o homem saiba por seus sentidos de tudo que se passa?"


No oriente, vela-se o presbitério para expressar o Sagrado.


Na tradição do Ocidente, vela-se a voz para expressar o Sagrado.


São diferentes formas de manifestar o Mistério.


É neste contexto de indicar com sinais aquilo que é Sagrado que a Santa valoriza o latim: uma língua especial, mistérica.


Complementando ainda as afirmações de Rafael e Taiguara, é curioso observar que hoje, ao mesmo tempo em que se exclui da Liturgia o latim por "o povo não entender tudo", se valoriza em ambientes católicos e protestantes formas de oração em que os fiéis se dirigem a Deus com sons inexprimíveis...

Uma pequena partilha pessoal:

Quanto escrevi no artigo a frase "Missa não é jogral", pensava comigo: o Mistério Eucarístico é algo muito mais profundo do que simplesmente ler, escutar e estender textos. Isso é só a casca.

Mas infelizmente, vejo que a Santa Missa é vivida assim por muita gente, e talvez pela falta de testemunho da nossa parte.

Eu lembro que quando criança eu achava muito entediante ir a Santa Missa, e em parte, atribuo isso também a falta de sacralidade e de mística das Missas que ia. Parecia que era vivido no ambiente como um jogral, onde se lê, se escuta, se canta...

E vejam: NÃO estou dizendo isso necessariamente pela falta do latim, mas pela falta de sacralidade e esplendor em geral.

É uma consciência litúrgica que se precisa despertar para compreender o valor do latim: contemplação, adoração, Sacralidade, Mistério, em oposição ao racionalismo e ao relativismo que nos cerca.

Contudo, tendo visto esse signficado litúrgica das coisas, vejamos agora a nossa realidade pastoral. Como vimos na postagem anterior, O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI (no livro "O sal da Terra", de 1996), reconhece que a "nossa cultura mudou tão radicalmente nos últimos trinta anosque uma liturgia celebrada exclusivamente em latim envolveria um elemento de estranheza que, para muitos, não seria aceitável."


O que queremos NÃO é acabar com acabar com a língua vernácula, mas promover a língua latina. Penso que um dos caminhos é investir no uso do latim (talvez apenas durante a Liturgia Eucarística, em um primeiro momento) ***quando o público é suficientemente formado e preparado para isso*** - por exemplo, nas Misssas celebradas para alguns institutos, comunidades e grupos particulares.


O "Cardeal (Francis Arinze, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramento) também sugeriu que as paróquias maiores tenham uma Missa em latimpelo menos uma vez por semana e que as paróquias rurais e menores a tivessem pelo menos uma vez ao mês." (ACI Imprensa, 16 de Novembro de 2006)

Um dos caminhos também é avaliar a possibilidade promover em paróquias Missas em Latim (talvez apenas durante a Liturgia Eucarística, em um primeiro momento), talvez começando, por exemplo, uma vez por mês ou a cada dois meses, talvez em um ***horário alternativo*** (ou seja, em um horário onde normalmente NÃO haja Missa, para que os que não apreciem o latim não sintam-se constrangidos).

Se o público da paróquia estiver suficientemente preparado e formado, pode-se partir para a iniciativa de algumas Missas em Latim (talvez também apenas durante a Liturgia Eucarística, em um primeiro momento) nas principais Solenidades Litúrgicas do ano (como Páscoa, Natal, Corpus Christi, Maria Mãe de Deus...), para posteriormente ir tornando mais frequentes essas celebrações em latim.


Algo que penso ser bastante útil, para estas novas experiências litúrgicas, é ter nesse casos os livrinhos ou folhetos com a tradução "latim /português", para todos acompanharem o Rito (embora, como o Santo Padre falou na citação mais acima, NÃO seja estritamente necessário entender cada apalavrinha)...


Nas aparições da Santíssima Virgem em Fátima (Portugal, 1917), oficialmente reconhecidas pela Santa Igreja, quando o Anjo apareceu para as crianças, antes da Virgem aparecer, ele trazia consigo uma Hóstia Consagrada. Prostrando-se por terra, ensinou a elas a seguinte oração:


"Meu Deus: eu creio, adoro, espero-vos e amo-vos. Peço-vos perdão por aqueles que não crêem, não adoram, não esperam e não vos amam."


Que a Grande Mãe de Deus, Mãe da Eucaristia, pela Sua Poderosa Intercessão, nos conceda a graça de crer, adorar, amar e zelar pelo Santíssimo Corpo do Deus-Amor Sacramentado e pelo Santo Sacrifício da Missa...

Bispos do Rio de Janeiro: fidelidade ao magistério pontifício

Discurso de Dom Cifuentes ao Santo Padre
CASTEL GANDOLFO, segunda-feira, 27 de setembro de 2010 (ZENIT.org) - Publicamos, a seguir, as palavras do bispo emérito da diocese de Nova Friburgo, presidente do Regional Leste 1 da CNBB, Dom Rafael Llano Cifuentes, ao Papa Bento XVI, na visita ad limina dos bispos do Estado do Rio de Janeiro, na manhã do sábado, 25 setembro, em Castel Gandolfo.
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Santidade:
Nesta Visita ad Limina Apostolorum, que tem como ponto alto o encontro com Sua Santidade Bento XVI, estamos aqui, com júbilo e gratidão, todos os Bispos do Regional Leste I da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Este Regional compreende duas Províncias Eclesiásticas: a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e a Arquidiocese de Niterói. Integramos 10 Dioceses e a Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, abrangendo o Estado do Rio de Janeiro.

Este Estado tem características especiais. Na Cidade do Rio de Janeiro - conhecida como a "capital cultural da Nação" - e alguns Municípios próximos, como Niterói, São Gonçalo, Alcântara, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, e outros, se conglomeram perto de 10 milhões de habitantes.

Sendo o segundo Pólo Industrial e Comercial do Brasil, este Estado está em permanente expansão. Experimenta a afluência de uma forte migração interna que propicia o crescimento das seitas. É dotado de belezas naturais e de uma atrativa zona de praias que favorecem o turismo e a proliferação do hedonismo reinante.

Contrastando com toda a sua beleza natural, a tradição e a cultura, convivem, no entanto, a riqueza e a pobreza; as modernas construções e condomínios luxuosos ao lado de bolsões de miséria como as favelas. Existem, sem dúvida, os grandes problemas da desigualdade social, econômica e cultural, da violência e do narcotráfico, da prostituição, dos menores abandonados e dos moradores de rua. Questões estas que representam marcantes desafios para a Igreja do nosso Regional.

Em termos eclesiais, dentre as características mais notórias do Regional Leste I, há de destacar-se a assinalada unidade entre as Províncias e entre as Igrejas Particulares entre si. Esta unidade, solidificada pelos encontros periódicos entre os Bispos, tem um vigoroso denominador comum: a fidelidade ao Magistério Pontifício, especificamente nas matérias mais delicadas como a doutrina sobre a procriação, a defesa da vida em todos os seus aspectos, as normas sobre os casamentos de segunda união, a não participação na política partidarista, as últimas indicações pontifícias sobre o comportamento moral dos clérigos, etc.

Esta posição está alicerçada por uma indiscutida solidariedade à figura do Santo Padre e às diretrizes claras e firmes que vem promulgando sobre os problemas de pedofilia. Neste sentido queremos afirmar o quanto atinge também a nós a atual fase difícil por que está passando a Igreja. Saiba, Santo Padre, que estamos integral e filialmente unidos a Sua Santidade. Nossas ações, nosso trabalho pastoral e nossa oração estão intimamente ligados e direcionados ao sucessor de Pedro.

O nosso povo do Estado do Rio de Janeiro é um povo fervorosamente religioso. Nos últimos cinco anos tem aumentado sensivelmente o número dos que participam das celebrações eucarísticas, e é notável o incremento das vocações sacerdotais. Há seminários do nosso Regional que estão lotados, e alguns deles com cerca de cem seminaristas.

Agradecemos a relevante participação de Bento XVI na V Conferência do Episcopado Latino Americano e do Caribe e os imensos frutos dela decorrentes, como o desenvolvimento da Missão Continental que em muitas das nossas dioceses está em plena expansão através das missões populares. As milhares de visitas domiciliares, já realizadas, têm propiciado o incremento substancial do número de fiéis que frequentam os meios de formação das suas paróquias.

Na alegria que sentimos neste encontro com "o Sucessor do Apóstolo Pedro" que "confirma seus irmãos na fé", estamos desejosos de receber as suas orientações paternas para comunicá-las não apenas aos nossos diocesanos, mas também a todos esses milhões de brasileiros que veneram e amam o seu Pastor Supremo.


Solicitaríamos agora a Vossa Santidade de conceder a nós, ao nosso clero, aos consagrados e às consagradas, aos seminaristas, às famílias e a todos os fiéis leigos das nossas Igrejas Particulares sua paterna Bênção Apostólica e, ao mesmo tempo, suplicamos a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do povo Brasileiro, que o cubra com a sua maternal proteção.

Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2010.
Dom Rafael Llano Cifuentes
Bispo Emérito da Diocese de Nova Friburgo
Presidente do Regional Leste I da CNBB

(Com Rádio Vaticano)

Bento XVI: a Igreja é a juventude do mundo

Visita “ad limina” dos bispos do Rio de Janeiro
CASTEL GANDOLFO, segunda-feira, 27 de setembro de 2010 (ZENIT.org) - Publicamos, a seguir, o discurso que o Papa Bento XVI dirigiu no sábado passado aos bispos do Regional Leste 1 do Brasil, a quem recebeu na Sala do Consistório do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, por ocasião da visita ad limina apostolorum.
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Venerados Irmãos no Episcopado,

Dou-vos as boas-vindas, feliz por receber-vos a todos no curso da visita ad limina Apostolorum que estais fazendo em nome e a favor das vossas dioceses do Regional Leste 1, para reforçar os laços que as unem ao Sucessor de Pedro. Disto mesmo se fez eco Dom Rafael Cifuentes nas palavras de saudação que me dirigiu em vosso nome e que lhe agradeço, muito apreciando as preces que dia a dia se elevam ao Céu por mim e pela Igreja inteira das várias comunidades familiares, paroquiais, religiosas e diocesanas das províncias eclesiásticas do Rio de Janeiro e de Niterói. Sobre todos e cada um desça, radiosa, a benevolência do Senhor: Ele «faça brilhar sobre ti a sua face, e Se compadeça de ti. O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz» (Nm 6, 25-26).


Sim, amados Irmãos, o fulgor de Deus irradie de todo o vosso ser e vida, à semelhança de Moisés (cf. Ex 34, 29.35) e mais do que ele, pois agora todos nós «refletimos a glória do Senhor e, segundo esta imagem, somos transformados, de glória em glória, pelo Espírito do Senhor» (2 Cor 3, 18). Assim o sentiam os Padres conciliares quando, no fim do Vaticano II, apresentam a Igreja nestes termos: «Rica de um longo passado sempre vivo, e caminhando para a perfeição humana no tempo e para os destinos últimos da história e da vida, ela é a verdadeira juventude do mundo. (...) Olhai-a e encontrareis nela o rosto de Cristo, o verdadeiro herói, humilde e sábio, o profeta da verdade e do amor, o companheiro e o amigo dos jovens» (Mensagem do Concílio à humanidade: Aos jovens). Deixando transparecer o rosto de Cristo, a Igreja é a juventude do mundo.

Mas será muito difícil convencer alguém disso mesmo, se não se revê nela a geração jovem de hoje. Por isso, como certamente vos destes conta, um tema habitual nos meus colóquios convosco é a situação dos jovens na respectiva diocese. Confiado na providência divina que amorosamente preside aos destinos da história não cessando de preparar os tempos futuros, apraz-me ver raiar o dia de amanhã nos jovens de hoje. Já o Venerável Papa João Paulo II, vendo Roma tornar-se «jovem com os jovens» no ano 2000, saudou-os como «as sentinelas da manhã» (Carta ap. Novo millennio ineunte, 9; cf. Homilia na Vigília de Oração da XV Jornada Mundial da Juventude, 19/VIII/2000, 6), com a tarefa de despertar os seus irmãos para se fazerem ao largo no vasto oceano do terceiro milênio. E, a comprová-lo, para além do mais aflui à memória a imagem das longas filas de jovens que esperavam para se confessar no Circo Máximo e que voltaram a dar a muitos sacerdotes a confiança no sacramento da Penitência.

Como bem sabeis, amados Pastores, o núcleo da crise espiritual do nosso tempo tem as suas raízes no obscurecimento da graça do perdão. Quando este não é reconhecido como real e eficaz, tende-se a libertar a pessoa da culpa, fazendo com que as condições para a sua possibilidade nunca se verifiquem. Mas, no seu íntimo, as pessoas assim «libertadas» sabem que isso não é verdade, que o pecado existe e que elas mesmas são pecadoras. E, embora algumas linhas da psicologia sintam grande dificuldade em admitir que, entre os sentidos de culpa, possa haver também os devidos a uma verdadeira culpa, quem for tão frio que não prove sentimentos de culpa nem sequer quando deve, procure por todos os meios recuperá-los, porque no ordenamento espiritual são necessários para a saúde da alma. De fato Jesus veio salvar, não aqueles que já se libertaram por si mesmos pensando que não têm necessidade d'Ele, mas quantos sentem que são pecadores e precisam d'Ele (cf. Lc 5, 31-32).

A verdade é que todos nós temos necessidade d'Ele, como Escultor divino que remove as incrustações de pó e lixo que se pousaram sobre a imagem de Deus inscrita em nós. Precisamos do perdão, que constitui o cerne de toda a verdadeira reforma: refazendo a pessoa no seu íntimo, torna-se também o centro da renovação da comunidade. Com efeito, se forem retirados o pó e o lixo que tornam irreconhecível em mim a imagem de Deus, torno-me verdadeiramente semelhante ao outro, que é também imagem de Deus, e sobretudo torno-me semelhante a Cristo, que é a imagem de Deus sem defeito nem limite algum, o modelo segundo o qual todos nós fomos criados. São Paulo exprime isto de modo muito concreto: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gl 2, 20). Sou arrancado ao meu isolamento e acolhido numa nova comunidade-sujeito; o meu «eu» é inserido no «eu» de Cristo e assim é unido ao de todos os meus irmãos. Somente a partir desta profundidade de renovação do indivíduo é que nasce a Igreja, nasce a comunidade que une e sustenta na vida e na morte. Ela é uma companhia na subida, na realização daquela purificação que nos torna capazes da verdadeira altura do ser homens, da companhia com Deus. À medida que se realiza a purificação, também a subida - que no princípio é árdua - vai-se tornando cada vez mais jubilosa. Esta alegria deve transparecer cada vez mais da Igreja, contagiando o mundo, porque ela é a juventude do mundo.

Venerados irmãos, uma tal obra não pode ser realizada com as nossas forças, mas são necessárias a luz e a graça que provêm do Espírito de Deus e agem no íntimo dos corações e das consciências. Que elas vos amparem a vós e às vossas dioceses na formação das mentes e dos corações. Levai a minha saudação afetuosa aos vossos jovens e respectivos animadores sacerdotais, religiosos e laicais. Ergam o olhar para a Imaculada Conceição, Nossa Senhora Aparecida, a cuja proteção vos entrego, e de coração concedo-vos, extensiva a todos os vossos fiéis diocesanos, a Bênção Apostólica.

(Com Rádio Vaticano)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Calorosa recepção das relíquias do Padre Pio em Singapura


O santo também fez milagres na Ásia

SINGAPURA, quinta-feira, 23 de setembro de 2010 (ZENIT.org) – As relíquias de São Pio de Pietrelcina levaram nessa quarta-feira centenas de pessoas à igreja do Espírito Santo, em Singapura, onde se honra o santo com um tríduo, no contexto de sua festividade.

Para a ocasião, o sacerdote italiano do convento de Nossa Senhora da Graça de São Giovannni Rotonto Ermelindo Di Capua levou até a cidade asiática duas relíquias do santo, informou a agência AsiaNews.

O padre Di Capua acompanhou São Pio nos últimos três anos de sua vida e há tempos viaja pelo mundo para promover a espiritualidade, a vida e os ensinamentos do frade capuchinho.

Uma das relíquias contém sangue seco de uma das mãos onde o Padre Pio recebeu os estigmas e a outra é uma luva manchada de sangue.

As relíquias foram expostas apenas durante uma noite e diversos fiéis foram à igreja para honrar o santo e pedir-lhe intercessão pela cura de doenças.

Entre os devotos se encontrava Teresa Lee, da paróquia de Nossa Senhora Estrela do Mar, que veio junto a seu marido, Pedro, sentado na cadeira de rodas por causa de um acidente vascular cerebral.

A mulher testemunhou ter vivido um milagre. “Ele estava muito doente – explicou – e alguém indicou fez rezar para o Padre Pio”.

“Depois de ter rezado, houve uma rápida recuperação – continuou –, e agora ele já pode caminhar curtas distâncias.”

Outra visitante, Margaret Lourdusany, 56 anos, devota do santo há três anos, explicou que “me atrai a humildade dele, com a qual viveu sua vida”.

“Tocar a relíquia – acrescentou – é como tocar o santo que reza junto a Jesus por nós e nos faz sentir mais próximos de Cristo.”

O Padre Pio é um santo muito popular em Singapura. Todo mês, a comunidade católica organiza encontros de oração em torno de sua figura, especialmente nas paróquias de Nossa Senhora de Lourdes, Espírito Santo e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

O Sacramento da Ordem


O "Filho do Homem" foi ungido sacerdote, no próprio momento em que, baixando do céu ao ventre da Virgem, deu cumprimento ao inefável mistério da Incarnação.Na festa da Anunciação, se comemora o aniversário da Consagração de Cristo, o "Ungido", por excelência. Mas foi sobretudo no Calvário e na última Ceia, que Jesus, sacerdote e vítima, consumou o ato supremo de seu sacerdócio. E a, seguir, no dia da Ascenção, em memória do sumo-sacerdote que entrava no verdadeiro Santo dos Santos,com o sangue das vítimas, Ele entrou no verdadeiro Santo dos Santos da Jerusalém celeste, fazendo patentes ao Pai as suas gloriosas chagas, etornando-se nosso eterno mediador.

Mas se no "altar dourado" de sua santa humanidade, no dizer de São João, a Deus oferece os méritos da cruz, no "altar de pedra" das nossas igrejas, Ele se oferece também, pelo ministério dos sacerdotes, sob as espécies do pão e do vinho que figuram a separação do Corpo e Sangue na Cruz. É por sua divina virtude que se opera o admirável mistério da transubstanciação; é por Ele também que os sacramentos logram eficácia, porque Jesus Cristo, embora oculto a nossos olhos, é deles agente principal, e mediador eterno entre Deus e os homens.Os sacerdotes são apenas instrumentos, causas segundas com eficiência ministerial, cuja dignidade é a participação do sacerdócio segundo a ordem de Melquisedec, de que Cristo teve a plenitude.
Mas esta participação tem seus graus.O caráter sacerdotal que, muito de perto, assemelha o homem ao Mediator Dei, não se imprime na alma duma só vez, mas, a espaços; alcança suprema perfeição no Episcopado, e, entre os bispos, o Papa tem todo o poder de jurisdição. Estes diversos graus de iniciação ao sacerdócio de Jesus Cristo mantêm entre si diferenças, porque se associam mais ou menos de raiz aos divinos mistérios o participante, deputado ao Santo Sacrifício da Missa, em que se oferece a Deus o corpo real de Cristo, morto na Cruz, e aos sacramentos em que se aplica os frutos da Redenção a seu Corpo Mísitico.
A transmissão deste sacerdócio faz-se por ritos adotados pela Igreja no curso dos séculos, e dividem-se atualmente em três ordens.

[...]"E começastes a preparar-vos, começastes a caminhar para a sua realização. O caminho para o sacramento da Ordem, que hoje recebeis das minhas mãos, passa através de uma série de etapas e ambientes, de que fazem parte a casa de família, os anos da escola elementar e preparatória, como também os estudos superiores, o ambiente dos amigos, a vida paroquial. Antes de mais, porém, encontra-se neste caminho o Seminário eclesiástico, ao qual todos nos dirigimos a fim de encontrar uma resposta definitiva à pergunta respeitante ao chamamento para o sacerdócio. Cada um de nós ali vai, no intuito de que, ouvindo tal resposta, cada vez mais claramente se possa preparar, ao mesmo tempo de maneira sistemática e profunda, para o sacramento da Ordem.

Hoje, tendes já sobre os ombros todas estas experiências. Já não perguntais como o jovem do Evangelho: Bom Mestre, que devo fazer? (Mc. 10, 17). O Mestre ajudou-vos a encontrar a resposta. Apresentais-vos a encontrar a resposta. Apresentais-vos para que a Igreja possa imprimir, nesta resposta, o seu selo sacramental."[...]

[...]"Este selo imprime-se mediante toda a liturgia do Sacramento da Ordem. Imprime-o o Bispo, que age com a força do Espírito Santo e em comunhão com o seu presbitério.

A força do Espírito Santo vem indicada e transmitida pela imposição das mãos, seguida primeiro do silêncio e depois da oração. Como sinal da transferência desta força para as vossas mãos jovens, estas serão ungidas com o Santo Crisma, de modo a tornarem-se dignas de celebrar a Eucaristia. As mãos humanas não podem celebrar de outro modo senão na força do Espírito Santo.

Celebrar a Eucaristia quer dizer reunir o Povo de Deus e construir a Igreja na sua mais plena identidade."[...]
Homilia do Santo Padre o Papa João Paulo II, no dia 24 de junho de 1979, dia de São João Batista, no qual ordenou sacerdotes

Fonte: Igreja Santa.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Entidades divulgam dinâmica do debate dos presidenciáveis

O pró-reitor da Universidade Católica de Brasília (UCB) Luiz Síveres, e o secretário executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), Daniel Seidel, divulgaram na manhã desta quarta-feira, 22, a dinâmica do debate dos presidenciáveis que acontecerá na noite de amanhã, 23, na UCB.

O debate, que terá a duração de 2h, está dividido em quatro módulos, sendo que o primeiro será aberto com a pergunta do mediador Beto Almeida, jornalista da TV Senado e membro da CBJP. “Se eleito, quais são as três prioridades do seu governo?”, antecipou a primeira pergunta o pró-reitor da UCB.

A primeira pergunta será feita para os quatro candidatos e cada um terá três minutos para respondê-la. Logo no segundo módulo, os presidentes das entidades organizadoras do debate farão, cada um, uma pergunta para cada candidato sorteado. “Cada sorteado terá três minutos para responder e um dos outros candidatos sorteado terá 90 segundos para comentar a resposta e haverá ainda mais 30 segundos para a réplica”, explicou Síveres.

Para o terceiro bloco serão sorteadas quatro de 20 questões sobre diversos temas propostos pelas entidades organizadoras. As perguntas serão respondidas pelos candidatos por meio de sorteio. Para fechar o debate, no quarto bloco, uma das entidades promotoras fará uma pergunta comum para os quatro candidatos e cada um terá dois minutos para responder e um para fazer suas considerações finais.

Todos os temas do debate estão pautados no documento da CNBB, “Por uma Reforma do Estado com a Participação Popular” e na cartilha “Eleições 2010: O chão e o Horizonte”, divulgada por organismos ligados à CNBB. Durante a coletiva, Daniel Seidel reafirmou que o diferencial do debate será o tempo dado aos candidatos para resposta, que será mais longo do que de costume nos debates organizados pela grande imprensa, além de possibilitar reflexões mais profundas sobre os temas tratados.

"Nosso objetivo é valorizar a atividade política como importante para a superação dos conflitos legítimos que nós temos em nossa sociedade democrática. Nessa perspectiva, esse debate é um reconhecimento a esses quatro grandes nomes do país disputando a eleição, representando,cada um, projetos e propostas diferentes . Queremos escutá-los de forma mais longa e suficiente para desenvolver com profundidade os temas colocados nesses materiais”, disse.

Seidel destacou que não haverá espaço para confrontos pessoais entre os candidatos e não haverá pegadinhas, como acontece nos outros debates. “As pessoas estão cansadas de debates que oferecem apenas trocas de acusações em detrimento da apresentação de projetos importantes para o país”, disse Daniel com base em uma pesquisa divulgada nesta terça-feira, 21, pela Associação de Magistrados Brasileiros (AMB) ,que mostrou que 53% dos entrevistados afirmaram que o critério mais importante na escolha de um candidato são suas propostas. A entrevista foi realizada pelo Instituto Ibope, com 2002 eleitores, entre 16 e 50 anos, em todas as regiões do país, no mês de agosto.

O debate, que acontece nesta quinta-feira, 23, das 21h30 às 23h30, terá a participação de quatro candidatos com representatividade no Congresso Nacional: Dilma Roussef (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL). O evento é promovido pela Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), Universidade Católica de Brasília (UCB), Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) e Associação Brasileira de Universidades Comunitárias (ABRUC), com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O debate terá a transmissão da TV Horizonte, TV Imaculada Conceção, TV Século 21, TV Canção Nova, TV 3º Milênio, TV Nazaré, Rede Aparecida e Rede Vida, todas de inspiração católica. A Rede Católica de Rádio (RCR) e a Radio Difusora de Goiânia também transmitirão o debate além de outras rádios, TVs e internet.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dilma quer legalizar o aborto.

Dilma, a nossa provável futura primeira presidente do Brasil MULHER, está de acordo com o Aborto! ELA É A FAVOR DE MORTE DE BEBÊS INOCENTES, OU SEJA, A FAVOR DO ASSASSINATO CRUÉU CONTRA PESSOAS INOCENTES! Lamentável! O voto fica a seu critério, cristão que é cristão não vota nela.
Obs: Este vídeo tem alguns erros de português na edição, mas vale apena ver e saber a pretensão desta mulher.

Primaz anglicano: Visita do Papa a Reino Unido foi um êxito

LONDRES, 21 Set. 10 / 02:00 pm (ACI).- O Primado da igreja anglicana e Arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, afirmou que a visita do Papa Bento XVI a Reino Unido foi um êxito e descartou os prognósticos negativos da imprensa britânica e internacional.

“O mais importante que quero dizer é que foi uma ocasião extremamente feliz e que o recebimento que o Papa teve dos bispos anglicanos, das pessoas na rua e naturalmente no Westminster Hall foi enormemente positivo. A oração ecumênica da tarde na Abadia foi intensamente comovedora para todos os presentes”, expressou o líder anglicano à Rádio Vaticano.

Nesse sentido, disse que “é uma pena que o mundo só veja as controvérsias ou as pequenas coisas negativas, enquanto que o imenso peso da oração cotidiana, da compreensão, do amor e da amizade que há entre nós passa inadvertido”.

Para Rowan Williams, a visita do Papa “foi uma ocasião verdadeiramente bendita, e as pessoas foram em massa às ruas para manifestar sua fé”. “Como muitas pessoas me disseram nesta ocasião, quando se pensa que isto teria sido totalmente inimaginável há 40 ou 50 anos, inclusive ao início do Concílio Vaticano II, está claro que algo aconteceu”, acrescentou.

O Arcebispo disse que parte deste algo “é uma volta às raízes, algo do qual o Papa e eu falamos em privado –são alguns de nossos entusiasmos teológicos comuns– a herança dos Padres e de novo o rezar juntos ante o sacrário de São Eduardo o Confessor, olhando para trás à época em que as fronteiras não eram as que existem agora entre os cristãos– e tudo isto é parte, acredito, de um quadro muito positivo”.

Ele indicou que os diálogos não se centraram tanto nas relações entre anglicanos e católicos, mas na situação dos cristãos na Terra Santa em vésperas do próximo Sínodo dos Bispos sobre o Oriente Médio que será celebrado em Roma. “Falamos também da questão de como comprometer-se em um diálogo racional com o mundo leigo”, assinalou.

Williams expressou que reza para que a visita de Bento XVI “ajude a promover a fé neste país e ajude as pessoas a reconhecerem tantas pessoas absolutamente comuns que acreditam em Deus, acreditam na vida sacramental da Igreja e fundam sua própria vida em tudo isto”.

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Pe. Paulo Ricardo: Papa e "Reforma da Reforma"


O Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, presidente do Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Cuiabá-MT e muito conhecido pela programação da Canção Nova, em seu podcast semanal "Parresía", publicado no dia 15/09, fez uma esclarecedora exposição do que o Papa Bento XVI pretende com o seu projeto de "Reforma da Reforma Litúrgica", entrando em assuntos como: Concílio Vaticano II, Latim, Comunhão de joelhos e na boca e Missa celebrada em "Versus Deum" ("Voltado para Deus", com sacerdote e fiéis voltados para a mesma direção).


Para escutar o Podcast:

http://padrepauloricardo.org/audio/06-parresia-reforma-da-reforma-liturgica/

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Projeto de Solidariedade envia missionárias brasileiras para o Haiti

“Solidariedade entre a Igreja do Brasil e Igreja do Haiti”. Este é o nome do projeto missionário assumido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cáritas Brasileira e Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).

Será a primeira vez que a Igreja no Brasil enviará uma comunidade de missionários para o Haiti. Depois de três meses de preparação das missionárias no Curso Missionário “Ad Gentes” (Além-Fronteiras), que aconteceu no Centro Cultural Missionário (CCM), foram enviadas três irmãs no dia 13 de setembro, acompanhadas da representante da CRB, irmã Antônia Mendes.

O envio da Comunidade, composta por irmãs de três congregações, Maria Aparecida dos Santos, da Congregação Pequenas Irmãs da Divina Providência; Maria Aparecida da Silva Viana, Providência de Gap.; e Maria Marcelina Xavier, do Instituto Pias Mestras Vinerini, dará início à concretização do Projeto previsto para se efetivar em etapas; o grupo enviado será uma ponte de comunicação, uma base do Brasil no Haiti.

De acordo com o assessor da Dimensão Missionária da CNBB, e assessor do Curso Missionário Ad Gentes, padre José Altevir, antes do curso no CCM, a comunidade teve uma preparação particular para aprender o idioma francês e o creole (língua nativa do Haiti). Ele também destaca que o Projeto é uma ação solidária da Igreja no Brasil voltado totalmente para o povo haitiano.

“O Projeto de Solidariedade entre as Igrejas do Brasil e Haiti tem como objetivo ser presença solidária, acolhedora e evangélica no Haiti, inserindo-se conscientemente na reconstrução e na vigilância por condições dignas para a população pobre. Contando com a resistência e o potencial do povo, o Projeto quer ter como protagonistas os próprios haitianos, visando garantir ações continuadas e efetivas”, destacou padre Altevir.

Ajoelhar-se na Missa ajuda a vencer idolatria, explica perito em liturgia


O perito em liturgia e arte sacra, Monsenhor Marco Agostini, assegurou que ajoelhar-se na Missa é uma boa maneira de vencer a idolatria pois é uma resposta do homem à "Epifania de Cristo".

Mons. Agostini, oficial da segunda seção da secretaria de Estado e um dos mestres de cerimônia pontifícios, escreveu no jornal L'Osservatore Romano, que os formosos pavimentos de muitas igrejas antigas foram "feitos para os joelhos dos fiéis" como um "tapete perene de pedras" para a oração e a humildade.

"Hoje os genuflexórios desapareceram em muitas igrejas e se tende a remover os balaustres diante dos quais alguém podia se aproximar da comunhão de joelhos", sustenta o perito segundo uma tradução do texto divulgada pelo vaticanista Sandro Magister.

"Entretanto no Novo Testamento o gesto de ajoelhar-se apresenta cada vez que se apresenta a divindade de Cristo a alguém: pense-se por exemplo nos Magos, o cego de nascimento, a unção de Betânia, a Madalena no jardim na manhã de Páscoa", acrescenta Mons. Agostini.

O perito recorda que "Jesus mesmo disse a Satanás, que queria impor-lhe uma genuflexão equivocada, pois só a Deus se deve dobrar o joelho. Satanás pede ainda hoje que se escolha entre Deus ou o poder, Deus ou a riqueza, e trata ainda mais profundamente. Mas assim não se dará glória a Deus de maneira nenhuma; os joelhos se dobrarão para aqueles que o poder lhes favoreceu, para aqueles aos quais se tem o coração unido através de um ato".

"Voltar a ajoelhar-se na Missa é um bom exercício de treinamento para vencer a idolatria na vida, além de ser um dos modos da ‘actuosa participatio’ dos que fala o último Concílio. A prática é útil também para perceber a beleza dos pavimentos (ao menos dos antigos) de nossas igrejas. Frente a alguns dá vontade de tirar os sapatos como fez Moisés diante de Deus que lhe falava da sarça ardente", assinala.

Para Magister, "ajoelhar-se hoje –especialmente sobre o piso– caiu em desuso. Tanto é assim que suscita surpresa o desejo de Bento XVI de dar a comunhão aos fiéis na boca e de joelhos".

"Mas mais que de uma novidade, se trata de um retorno à tradição. As outras são o crucifixo ao centro do altar, ‘para que todos na missa olhem para Cristo e não para uns aos outros’, e o uso freqüente do latim ‘para sublinhar a universalidade da fé e a continuidade da Igreja’", explica Magister.

O vaticanista sustenta que "perdeu-se de vista também o sentido da pavimentação das igrejas. Tradicionalmente muitas delas foram ornamentadas precisamente para servir de fundamento e guia à grandeza e profundidade dos mistérios celebrados".

"Hoje poucos são os que advertem que pavimentos tão formosos e preciosos são feitos também para os joelhos dos fiéis: um tapete de pedra sobre o qual prostrar-se diante do esplendor da epifania divina", acrescenta.

Fonte: ACI digital

Mitos Litúrgicos Comentados - Mito 19: Latim e Concílio Vaticano II


Este estudo é baseado no artigo "Mitos Litúrgicos", que escrevi e foi revisado por Sua Excelência Reverendíssima Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo da Diocese de Frederico Westphalen (RS). O artigo lista 32 idéias equivocadas sobre a Sagrada Liturgia e contra-argumento com a palavra oficial da Santa Igreja. Foi publicado em Fevereiro de 2009 e pode ser lido na íntegra em:

http://www.salvemaliturgia.com/2009/04/mitos-liturgicos.html

Nesta décima nona postagem, postamos o Mito 19, juntamente com um comentário atual arespeito, aprofundando o assunto.

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Mito 19: "O Concílio Vaticano II aboliu o latim"

Não aboliu. Pelo contrário: o Concílio Vaticano II incentivou o uso do latim como língua litúrgica.

Diz o Concílio (Sacrossanctum Concilium, n.36) : "Salvo o direito particular,seja conservado o uso da língua latina nos ritos latinos."

Embora exista atualmente em muitos lugares a concessão para se celebrar em língua local, o latim segue sendo a língua oficial da Santa Igreja e mantém o seu significado deunidade e solenidade:

"O uso da língua latina vigente em grande parte da Igrejaé um caro sinal da unidade e um eficaz remédio contra toda corruptela da pura doutrina." (Papa Pio XII, na Encíclica Mediator Dei, n.53, de 1947)

Por isso o Santo Padre Bento XVI escreveu (Sacramentum Caritatis, n.62):

"A nível geral, peço que os futuros sacerdotes sejam preparados, desde o tempo do seminário, para compreender e celebrar a Santa Missa em latim, bem como para usar textos latinos e entoar o canto gregoriano; nem se transcure a
possibilidade de formar os próprios fiéis para saberem, em latim, as orações mais comuns e cantarem, em gregoriano, determinadas partes da liturgia."

E a Instrução Redemptionis Sacramentum (n. 112) determina:

"Excetuadas as Celebrações da Missa que, de acordo com as horas e os momentos, a autoridade eclesiástica estabelece que se façam na língua do povo, sempre e em qualquerlugar é lícito aos sacerdotes celebrar o santo Sacrifício em latim."

O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI (no livro "O sal da Terra", de 1996), reconhece que a "nossa cultura mudou tão radicalmente nos últimos trinta anosque uma liturgia celebrada exclusivamente em latim envolveria um elemento deestranheza que, para muitos, não seria aceitável."

Por outro lado, "o Cardeal (Francis Arinze, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dosSacramento) também sugeriu que as paróquias maiores tenham uma Missa em latimpelo menos uma vez por semana e que as paróquias rurais e menores a tivessem pelo menos uma vez ao mês." (ACI Imprensa, 16 de Novembro de 2006)

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Comentário sobre este Mito (17/09):

Muitos hoje afirmam que o Concílio Vaticano II tem dito "isso" e "aquilo", mas nunca abriram um documento do Concílio para ver o que ele realmente diz.

Como podemos perceber nas citações acima, apesar da concessão que o Concílio fez para haver algum lugar para o vernáculo na Santa Missa, o Concílio VALORIZOU o latim. Jamais o aboliu.

Repetir o Mito de que "o Concílio Vaticano II aboliu o latim" é o típico exemplo do que o Papa Bento XVI tem chamado de "hermenêutica da ruptura", que consiste em interpretar o Concílio em descontinuidade com os pronunciamentos anteriores do Sagrado Magistério da Igreja.

Com efeito, o Papa Bento XVI, mais concretamente desde o seu discurso de 22 de Dezembro de 2005 aos Cardeais, Arcebispos e Prelados da Cúria Romana, tem defendido a chamada "hermenêutica da continuidade", isto é, a compressão do Concílio Vaticano II em comunhão com os pronunciamentos anteriores do Sagrago Magistério.

O Concílio Vaticano II é um concílio autêntico, mas é o 21o Concílio da História da Santa Igreja. Antes dele, há 20 outros Concílios!

E além disso, o texto do Concílio Vaticano II é claro em afirmar expressamente o valor do latim, como citamos acima.

Feitos estes pressupostos, vamos aprofundar a questão do latim na Liturgia.

Precisamos, em primeiro lugar, lembrar que na Santa Missa somos BENEFICIÁRIOS, não DESTINÁRIOS.

Porque?

Porque somos salvos no Santa Missa, pois é a Santa Missa é a Renovação do Seu Único e Eterno Sacrifício, consumado de uma vez por todas na cruz e tornado presente no altar, oferecido a Deus Pai, pois pelas mãos do sacerdote; pois na Santa Missa, Nosso Senhor Jesus Cristo está presente verdadeiramente no Santíssimo Sacramento do Altar, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, nas aparências do pão e do vinho, como afirma o Catecismo da Igreja Católica, como afirma o Catecismo da Igreja Católica, n. Cat. 1362-1377; 1411).

O Santo Sacrifício da Missa, portanto, é essencialmente celebrado PARA DEUS. E nós nos BENEFICIAMOS dele.

Neste e em outros assuntos, é importante mergulharmos no pensamento do Papa Bento XVI para chegarmos a uma compreensão mais aprofundada, a partir da sua sensibilidade litúrgica e aguçada visão pastoral.

Em uma entrevista (Voici quel est notre Dieu, Plon, Paris, 2.001. Pp. 288 a 294), o Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, quando foi perguntado "será preciso celebrar de novo a missa em latim?", ele respondeu:

"É evidente que a liturgia da Palavra, pelo menos, deve se fazer nas línguas vernáculas. Entretanto, na minha opinião, deveria haver uma nova abertura para o latim. Celebrar a missa em latim aparece atualmente como um pecado.

Exclui-se assim, também as possibilidades de comunicação que são tão necessárias nas regiões pluri lingüísticas. Assim, o vigário da catedral de Avignon me contou que, um domingo, se apresentaram para assistir a missa três grupos lingüísticos diferentes. Ele lhes propôs de rezar juntos o cânon da missa em latim e assim todos poderiam celebrar juntos. Os três grupos recusaram: era preciso para cada grupo um elemento particular. Pensamos também nos lugares turísticos: certamente seria uma coisa bela reconhecer-se mutuamente naquilo que se tem em comum. Seria preciso ter tais eventualidades presentes ao espírito. Quando, nas grandes celebrações litúrgicas romanas, ninguém mais sabe cantar o Kyrie ou o Sanctus, ninguém mais sabe o que significa "Glória", trata-se então de um déficit cultural e de uma perda de pontos comuns. Eis porque, na minha opinião, a liturgia da Palavra deveria se fazer, em todo caso, na língua vernácula, mas que seria preciso que subsistisse um fundo comum em latim, que nos liga a todos."


Complementando a sabedoria de Bento XVI, citamos as palavras do que duas autoridades no assunto falaram em entrevista a nosso blog: Dom Antonio Rossi Keller, Bispo de Frederico Whestpham-RS, e Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, Presidente do Tribunal Eclesiástico de Cuiabá-MT e muito conhecido através da programação da Canção Nova.

Dom Antonio Keller, quando perguntado na entrevista sobre a questão do latim, assim se expressou:

"O latim tem seu lugar na vida litúrgica da Igreja como garantia da integridade da fé, manifestada nas celebrações litúrgicas. Não é a toa que todos os livros litúrgicos tem como ponto de referência as edições chamadas de "typica"."

Pe. Paulo Ricardo, quando perguntado sobre o mesmo assunto na entrevista, respondeu:

"A Liturgia só tem sentido quando ela é recebida do passado. Nós precisamos compreender que um rito litúrgico é algo recebido da tradição, recebido dos nossos pais. E é essa a importância do latim e do canto gregoriano. Ao se fazer orações em latim na Liturgia e ao se cantar cantos que foram cantados por gerações e gerações de cristãos antes de nós, nós tomando a consciência de que estamos vivendo algo que não foi inventado por nós, mas que nos une a uma multidão de santos e santas que viveram antes de nós, e que santificarem com aqueles textos e com aqueles cantos; se eles chegaram a se salvar e estar junto de Deus, também nós podemos fazer. (...) Aliás, o próprio Papa Paulo VI e o Concílio Vaticano II sua constituição Sacrassanctum Concilium pediam isso: que os fiéis soubessem recitar e cantar orações em latim e usando o canto gregoriano."

Para comentar mais profundamente a respeito da posição do Papa a respeito do assunto, gostaria de citar algumas sábias palavras que Rafael Vitola Brodbeck, diretor do nosso blog Salvem a Liturgia, escreveu em um artigo que publicamos no ano passado, chamado "alguns motivos para o latim na Missa".

Segue abaixo:

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Não se quer acabar com o vernáculo. Apenas o Papa quer incentivar a que se façam mais Missas na língua oficial da Igreja. No que está coberto de razão.

Alguns vêem isso com maus olhos, como se fosse algo terrível o cultivo das mais caras tradições da Igreja. É justamente a falta de tradição que dificulta aformação dos católicos.

Durante centenas de anos, celebrou-se a Missa em latim, e o povo não deixou a Igreja por isso. Há fortes razões teológicas, pastorais e litúrgicas para que se celebre em latim (sem deixar de celebrar em português; não é uma oposição,podendo-se celebrar em ambos os idiomas).

Conheço pessoas bem simples, de pouca instrução, que assistem a Missa em latim(seja no rito tridentino, seja no rito novo). E com muito proveito espiritual!Participar da Missa é unir-se a Cristo, ao seu sacrifício, não necessariamenteentender cada palavra proferida ou responder a cada oração. Mas a Missa em latim não catequizará o povo – é o que dizem alguns...

Ocorre que Missa não é catequese. Missa em latim. Catequese em português. Nunca se deu catequese em latim (salvo para os que o entendem). Somos catequizados pelos meios de catequese: livros, aulas, a homilia na Missa, tudo isso em português.O único modo pelo qual podemos entender a Missa como catequese é considerando-aem suas cerimônias como algo que nos ensina, passo a passo, os mistérios da fé. Se é assim, há mais um argumento a favor do latim: o uso de uma outra língua,distinta da comum, demonstra que estamos diante de algo sagrado. E isso é catequese. A melhor de todas: a que mostra que a Missa não é show, é sacrifício,e diante do sacrifício não importa que entendamos as palavras, mas o que elas,em seu conjunto, significam.

O latim, por ser língua morta, está protegido das constantes mudanças de significado dos idiomas vivos e, por isso, preserva de modo muito mais eficaz ocorreto entendimento da doutrina. As línguas modernas assumem significados cadavez mais diversos para seus vocábulos. Hoje, uma palavra tem um sentido, amanhãa mesma terá outro. Como o latim é uma língua morta, isso não ocorre. As palavras terão sempre o mesmo sentido, e assim a doutrina é corretamentetransmitida, diminuindo a possibilidade de maus entendidos.

"O uso da Língua Latina é um claro e nobre indício de unidade e um eficazantídoto contra todas as corruptelas da pura doutrina." (Sua Santidade, o Papa Pio XII. Encíclica Mediator Dei)

Além disso, o uso de um idioma diferente do que estamos acostumados mostra que a liturgia é algo sacro. O latim demonstraria que estamos em outro clima, em outra atmosfera. Mostraria a solenidade do momento. E isso é importante para bemcompreendermos a liturgia. Imagina, estás falando em português o todo tempo. De repente, chegas na igreja, e começa o culto: "In nomine Patris et Filio et Spiritus Sanctus". Já estás em outro local. É o céu na terra. Até a língua muda!

O latim, portanto, fala muito à alma. Na Missa não precisamos entender as palavras, precisamos entender é o que está acontecendo.

De outra sorte, pergunto: é preciso que o povo entenda as PALAVRAS da Missa? Não! O que é preciso é entender a PRÓPRIA Missa! Todos entendemos todas aspalavras da Missa? Claro que não. Há muitas passagens de altíssima teologia, que quase ninguém entende.

Mas isso não nos impede de colher frutos da Missa. Se o entendimento daspalavras da Missa fosse necessário para cresceres espiritualmente e para apreenderes os frutos da liturgia, então só doutores em teologia iriam à Missa, só eles se beneficiariam.

Muitos analfabetos, que nem sequer sabiam seu idioma direito, iam à Missa emlatim e se santificavam na Idade Média, e até poucos anos. Por acaso, eles se afastaram da Igreja por não entenderem latim? Pelo contrário, se santificaram!

Importa entender que a Missa é o Sacrifício da Cruz e nos unirmos a esse atosublime. Não importa entender o que as palavras da Missa dizem. Ajuda? Sim, pode ajudar, mas importar não importa. E quem quiser acompanhar as palavras pode decorar a Missa em latim, como decora o português, e ainda acompanhar pelosmissais e folhetinhos.

O latim, ademais, nos mostra a pertença a uma Igreja maior, universal, que falaa mesma língua. Se tivermos Missa em latim em todas as igrejas (ao lado da Missaem vernáculo), então sempre que estivermos em qualquer lugar do mundo, poderemos ir numa Missa que entenderemos, pois estaremos acostumados.

O motivo de muitos não gostarem do latim é por não terem entendido o que é aMissa, ainda. A Missa é PARA DEUS, não para os homens. Não somos nós que temosde entender as palavras, mas Deus.

Não valorizar a tradição representada pelo latim, por outro lado, é não entender nada da fé católica. Uma Missa em latim evoca a universalidade da Igreja, e mostra que a Igreja tem dois mil anos. Nossa fé não nasceu ontem. Estar em umaMissa em latim mostra-nos que estamos juntos naquilo que os santos viveram.

"O Latim exprime de maneira palmar e sensível a unidade e a universalidade da Igreja." (Sua Santidade, o Papa João Paulo I, Discurso ao Clero Romano)

E quem não gostar do latim ou não entender sua importância, não compreender seusignificado no rito?

Ora, os menos esclarecidos estão saindo da Igreja por falta de formação. Por não entenderem o simbolismo litúrgico. E por causa disso, então, vamos acabar com o simbolismo, só porque eles não entendem?Então, se muitos não entendem as letras, vamos fazer o que? Acabar com o alfabeto? Pelo contrário, vamos alfabetizá-los!Aos que não entendem a doutrina, vamos explicá-la.

Aos que não entendem os símbolos, vamos ensinar a lê-los. Em vez de acabar com o latim, vamos mostrar aimportância!

Enfim, o maior uso do latim desperta nas pessoas mais reverência, mais entendimento do que realmente seja a Santa Missa, mais respeito e amor pela Eucaristia.

Cabe lembrar que quando falamos "Missa em latim" não estamos nos referindo necessariamente à chamada "Missa tridentina", o rito tradicional, forma extraordinária do rito romano, que utiliza o Missal de São Pio V. Não. Também a"Missa nova", o rito moderno, forma ordinária do rito romano, segundo o Missalde Paulo VI, a mesma que utilizamos na maioria de nossas igrejas, pode ser feitaem latim. Na verdade, o normal é que tivéssemos uma Missa em latim no rito moderno ao menos semanalmente em todas as paróquias.


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Sábias as palavras de Rafael Vitola Brodbeck!

Acrescendo ainda que muitos tem buscado o latim por, além dos significados de universalidade católica, solenidade e beleza litúrgica, procurar a pureza do Rito Romano, devido aos trechos da atual tradução brasileira em vigor que poderão ser revisados.

Evidentemente, esses trechos NÃO tiram a validade ou a licitude da Santa Missa.

Mas estas imprecisões poderão ser revisadas à seu tempo, e uma delas (na Consagração) Roma já determinou que esteja corrigida na próxima versão brasileira do Missal (documento da Sagrada Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, Prot. N. 467/05/L, 17 de outubro de 2006); este documento se encontra mais abaixo, na íntegra.

Exemplos desses trechos da tradução ainda em vigor:

- Na Consagração, foi traduzido o Sangue derramado "pro vobis et pro MULTIS" ("por vós e por MUITOS") para "por vós e por TODOS";

- Nas respostas dos fiéis em partes dialogadas, "Et cum spíritu tuo" ("E com teu espírito") por "Ele está no meio de nós";

- Após o Ofertório, "Orate, fraters: ut ***meum ac vestrum sacrifícum*** (***o meu e o vosso sacrifício***) acceptábile fiat apud Deum Patrem omnipoténtem", para "Orai, irmãos, para que o ***nosso*** sacrifício seja aceito por Deus Pai todo-poderoso" (no latim, distingue-se então o sacríficio do sacerdote - que é "Persona Christi", "Pessoa de Cristo" - do sacrifício dos fiéis; ver Catecismo da Igreja Católica. n. n. 1322-1498;1536-1600; 1667-1673).

- Na Oração Eucarística 1 (o "Cânon Romano"), na frase que alude Nosso Senhor na instituição do Santíssimo Sacramento, ele traduz "Santas e Veneráveis Mãos" (literal do latim: "Sanctas Ac Venerabilis Manus Suas") para simplesmente por "Mãos”.

Como mostramos nas postagens anteriores, muitos liturgistas adeptos da teologia modernista, ou influenciados por ela, e que com as suas novas interpretações litúrgicas pretendem negar ou ofuscar os Mistérios da Presença Real e Substancial de Nosso Senhor na Hóstia Consagrada, da Santa Missa como Renovação do Sacrifício de Nosso Senhor e do Sacerdócio Ministerial.

Tais modernistas compreender bem o valor dos símbolos para o ser humano, e para que suas novas concepções litúrgicas sejam aos poucos assimiladas, fazem questão de desprezar os sinais externos da Liturgia que apontam para sua verdadeira essência e para a adoração de Nosso Senhor na Hóstia Consagrada:

- o dobrar os joelhos para adorar

- as paramentações completas do sacerdote que celebra

- o altar esplendoroso, ornamentado com castiçais e arranjos de flores

- o uso frequente do incenso- o valor do latim como língua sagrada

- a Santa Missa celebrada "Versus Deum" ("Voltado para Deus", com sacerdote e povo voltados para a mesma direção, como o Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, recomenda que se faça no seu livro "Introdução ao Espírito da Liturgia")

- o uso do latim como Língua Sagrada na celebração da Santa Missa (E AQUI NOS INTERESSA MAIS NESTA POSTAGEM!)

Ignorar o valor desses sinais sagrados é ignorar a própria alma humana, a influência do meio externo e a importância dos elementos simbólicos. A Liturgia católica é extremamente humana: compatível com todas as necessidades do ser humano.

Ora, se alguém parte do princípio Santa Missa NÃO é a Renovação do Santo Sacrifício de Nosso Senhor, mas somente uma "ceia entre os irmãos", porque haver tanto zelo pela Missa, a ponto de valorizarmos uma Língua Sagrada especialmente para celebrá-la?

E aqui, compreendemos o falso princípio do qual partem muitos, o que os leva, fatalmente, a desvalorizar o latim.

Mas a pergunta que naturalmente fazemos é: como dar passos concretos no sentido de aproximar o latim dos fiéis?

Para sugerir alguns caminhos, voltemos as respostas de Dom Antonio Keller e Pe. Paulo Ricardo, nas citadas entrevistas.

Quando perguntado "é possível resgatar um uso mais regular do idioma latino mesmo na forma ordinária do rito romano, no chamado "rito moderno” esse que usamos em nossas paróquias? Como dar os passos para isso?", Dom Antonio Keller respondeu:

"Penso que sim, dêsde que se fuja da pura visão folclórica, ou de um saudosismo, a meu ver tão prejudicial como são os abusos cometidos na liturgia. O latim expressa a universalidade da Igreja, sua catolicidade, que é mais do que uma simples questão geográfica: a Igreja é a Una, Santa, Católica e Apostólica Igreja de Cristo, aberta a todas as geografias, a todas as culturas, a todas as épocas. Ora, isso exige, da parte de quem integra a Igreja, uma visão universal, aberta, não "paroquial". O latim abre esta perspectiva de universalidade. O grande problema será sempre não uma simples questão de pronunciar bem, corretamente o latim, mas de abrir-se à catolicidade da igreja, sentir-se cidadão universal dela, pronto a aceitar em seu seio todas as realidades espirituais e humanas dignas. O uso do latim faz-nos compreender como nós, católicos, onde quer que estejamos, temos a mesma fé e celebramos os mesmos sacramentos.Praticamente, penso que, antes de se começar a celebrar em latim, nas Paróquias, seria preciso deixar bem claro, para o povo, a razão disso... Senão, tudo não passa de uma simples questão de estética linguística, de uma busca de um "purismo" litúrgico que cria a mentalidade se fazer parte de uma casta especial na igreja (os que entendem latim...), que seriam aqueles que participam da Santa Missa em latim...: o restante dos comuns católicos continuariam na ignorância e na mediocridade litúrgicas..."

E Pe. Paulo Ricardo, sobre o mesmo assunto:

"É evidente que tudo isso pode e deve ser feito dentro um processo, de um movimento gradual. Eu costumo sempre dizer que eu odeio tanto revoluções que as rejeito até quando elas são a meu favor. Uma revolução que de repente coloque tudo em latim e em gregoriano seria tão detestável quando a revolução da qual nós estamos querendo nos livrar. O povo de Deus não se move por decreto. O povo de Deus deve ser respeitado e educado lenta e gradualmente, trazido para a plenitude da fé católica e da beleza da Liturgia Católica, porque do contrario seria violentar o povo."

Como podemos perceber, Dom Antonio Keller e Pe. Paulo Ricardo sugerem caminho equilibrados, sem radicalismos, mais fiéis a aquilo que o Papa espera da Igreja como um Corpo.

Abaixo, segue citado documento citado a respeito da expressão "por muitos" ou "por todos", na íntegra....

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CONGR. CULTO DIVINO SOBRE A TRADUÇÃO DA EXPRESSÃO "PRO MULTIS" Por Cardeal Francis Cardeal Arinze

Carta da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dosSacramentos sobre a tradução da expressão "pro multis"

Congregatio de Cultu Divino et Disciplina SacramentorumProt. N. 467/05/L

Roma, 17 de outubro de 2006

Sua Eminência/Excelência,

Em julho de 2005, esta Congregação para o Culto Divino e a Disciplinados Sacramentos, por acordo com a Congregação para a Doutrina da Fé,escreveu a todos os Presidentes das Conferências Episcopais para requisitar sua opinião ponderada acerca da tradução, para os diversos vernáculos, da expressão pro multis na fórmula para a consagração doPreciosissimo Sangue durante a celebração da Santa Missa (ref.Prot.N. 467/05/L de 9 de julho de 2005).

As respostas recebidas das Conferências Episcopais foram estudadas pelas duas Congregações e um relato foi feito para o Santo Padre. Soba direção dele, esta Congregação agora escreve a Sua Eminência/Excelência nos seguintes termos:

1. Um texto correspondente às palavras pro multis, transmitido pela Igreja, constitui a fórmula em uso pelo Rito Romano em Latim desde osprimeiros séculos. Nos últimos 30 anos aproximadamente, alguns textos em vernáculo aprovados contiveram a tradução interpretativa "portodos", "per tutti", ou equivalentes.

2. Não há absolutamente qualquer dúvida sobre a validade das Missas celebradas com o uso de uma fórmula devidamente aprovada contendo a fórmula equivalente a "por todos", conforme a Congregação para a Doutrina da Fé já declarou (cf. Sacra Congregatiopro Doctrina Fidei, Declaratio de sensu tribuendo ad probationi versionum formularumsacramentalium, 25 Ianuarii 1974, AAS 66 [1974], 661). Com efeito, a fórmula "por todos" indubitavelmente corresponderia a umainterpretação correta da intenção do Senhor expressada no texto. É um dogma de fé que Cristo morreu na Cruz por todos os homens e mulheres(cf. João 11:52; 2 Coríntios 5,14-15; Tito 2,11; 1 João 2,2).

3. Há, contudo, muitos argumentos em favor de uma tradução mais precisa da fórmula tradicional pro multis :

a. Os Evangelhos Sinóticos(Mateus 26,28; Marcos 14,24) fazem referência específica a "muitos" pelos quais o Senhor oferece o Sacrifício, e essa formulação foi enfatizada poralguns estudiosos bíblicos em conexão com as palavras do profeta Isaías (53, 11-12). Teria sido perfeitamente possível aos textosevangélicos terem dito "por todos" (por exemplo, cf. Lucas 12,41);todavia, a fórmula apresentada na narrativa da instituição é "por muitos", e as palavras foram fielmente traduzidas assim na maioriadas versões modernas da Bíblia.

b. O Rito Romano em Latim sempre disse pro multis e nunca pro omnibusna consagração do cálice.

c. As anáforas dos diversos Ritos Orientais, sejam em grego, siríaco,armênio, línguas eslavas, etc.,contêm o equivalente verbal do latim pro multis em suas respectivas línguas.

d. "Por muitos" é uma tradução fiel de pro multis, ao passo que "portodos" é, ao invés, uma explicação do tipo que pertence propriamenteà catequese.

e. A expressão "por muitos", embora permaneça aberta à inclusão decada pessoa humana, reflete também o fato de que essa salvação não éefetuada de um modo automático, sem o concurso da vontade ou a participação de cada um; pelo contrário, o fiel é convidado a aceitarna fé o dom oferecido e a receber a vida sobrenatural que é dada àqueles que participam neste mistério, pondo também isso em práticana vida, para ser contado no número daqueles "muitos" aos quais o texto faz referência.

f. De acordo com a Instrução Liturgiam Authenticam, deve haver o esforço para uma maior fidelidade aos textos latinos contidos nas edições típicas.As Conferências dos Bispos daqueles países onde a fórmula "por todos"ou sua equivalente está atualmente em vigor são, portanto,requisitadas a realizar a catequese necessária aos fiéis sobre essaquestão nos próximos um ou dois anos, para prepará-los para aintrodução de uma tradução vernacular precisa da fórmula pro multis (ou seja, "por muitos", "per molti", etc.) na próxima tradução do Missal Romano que os Bispos e a Santa Sé aprovarem para uso em seu país.

Com a expressão de minha alta estima e respeito, permaneço,

Sua Eminência/Excelência,

Devotamente Seu em Cristo, Francis Cardeal Arinze, Prefeito

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Nas aparições da Santíssima Virgem em Fátima (Portugal, 1917), oficialmente reconhecidas pela Santa Igreja, quando o Anjo apareceu para as crianças, antes da Virgem aparecer, ele trazia consigo uma Hóstia Consagrada. Prostrando-se por terra, ensinou a elas a seguinte oração:

"Meu Deus: eu creio, adoro, espero-vos e amo-vos. Peço-vos perdão por aqueles que não crêem, não adoram, não esperam e não vos amam."

Que a Grande Mãe de Deus, Mãe da Eucaristia, pela Sua Poderosa Intercessão, nos conceda a graça de crer, adorar, amar e zelar pelo Santíssimo Corpo do Deus-Amor Sacramentado e pelo Santo Sacrifício da Missa...

Obedecer às rubricas é rubricismo?

Para o melhor desempenho de toda a liturgia, principalmente da Santa Missa, culto, como sabemos, por excelência, é mister que haja uma regulamentação, uma normativa. Por isso, a Igreja a regula por uma série de normas e de rubricas – as partes escritas em vermelho, em rubro, nos livros litúrgicos, e que indicam o que os ministros devem fazer.

Quatro poderiam ser os motivos interiores para se obedecer às rubricas e outras normas litúrgicas: para simbolizar melhor o que ocorre na celebração, mostrando a identidade entre o sinal e o que ele realiza ou significa; para propiciar ambiente de sacralidade, favorecendo a piedade dos participantes; para transmitir a riqueza doutrinária da Igreja através de seus ritos seculares; e, enfim, para preservar a unidade substancial de cada rito, no caso o romano.

A Santa Missa, por exemplo, não é um símbolo do sacrifício, senão o próprio tornado real e novamente presente. Entretanto, ainda que não seja símbolo, ela é, pelo menos, cercada de símbolos que existem para melhor refletir a realidade do que ocorre. Os símbolos não são essenciais, substanciais, todavia, por sua observância conserva-se o que eles representam. O sacrifício – no caso da Missa – e outras idéias próprias – nos demais atos litúrgicos extra Missam – precisam ser demonstrados aos nossos olhos, eis que, mesmo sendo reais, não são naturalmente visíveis; assim, revestindo-se de símbolos, captamos o que está por trás dos sinais.

“Na vida humana, sinais e símbolos ocupam um lugar importante. Sendo o homem um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades espirituais por meio de sinais e de símbolos materiais. Como ser social, o homem precisa de sinais e de símbolos para comunicar-se com os outros, pela linguagem, por gestos, por ações. Vale o mesmo na sua relação com Deus.”[i]

Dessa forma, a Igreja estabelece as normas litúrgicas a serem observadas, pois, em sua sabedoria, considera que elas apresentam os símbolos que melhor refletem a realidade do que está ocorrendo na liturgia. Por exemplo, se ordena que se use casula, é por saber a Igreja que o que ela simboliza – a Cruz de Cristo –, é bastante catequético para lembrar os fiéis da realidade do sacrifício de Nosso Senhor, oferecido na Cruz do Calvário; se prescreve determinada oração ou gesto é por entender que nos auxiliam a penetrar no centro do mistério celebrado.

“A catequese está intrinsecamente ligada a toda ação litúrgica e sacramental, pois é nos sacramentos, e sobretudo na Eucaristia, que Cristo Jesus age em plenitude para a transformação dos homens.”[ii]


Deixar as normas litúrgicas de lado, além de grave desobediência à disciplina da Igreja, é apresentar-se insensível ao poder dos símbolos prescritos pela bi-milenar sabedoria da Esposa de Cristo. Tais símbolos não devem ser trocados por outros senão quando a autoridade da Santa Igreja o determinar, como ensinaremos a seguir.

Convém lembrar a orientação da Santa Sé, através da Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, publicada na Instrução Inaestimabile Donum:

“Os fiéis tem direito a uma Liturgia verdadeira, o que significa a Liturgia desejada e estabelecida pela Igreja, a qual de fato, tem indicado adaptações onde podem ser feitas a pedido de requerimentos pastorais em diferentes lugares ou por diferentes grupos de pessoas. Excessivas experimentações, mudanças e certas criatividades, confundem os fiéis. O uso de textos não aprovados significa a perda da necessária conexão entre a lex orandi e a lex credendi.”[iii]

Sobre a lei litúrgica, nos diz o conceituado autor, Mons. Peter Elliott:

“... o propósito desta lei é encorajar e promover o bem-estar espiritual, a participação e a unidade dos fiéis de Cristo. Ela também existe para a santificação e proteção do clero, que celebra os ritos da Igreja no coração de seu ministério aos outros.”[iv]

As normas do rito romano servem não para engessar o celebrante, mas para, quando as seguimos fielmente, conforme nos ordena o Concílio Vaticano II, na sua Constituição Sacrosanctum Concilium, melhor apresentarmos ao povo de Deus que o que está ocorrendo por meio de cada cerimônia. Temos de seguir as rubricas! Por sua exterioridade, não nos afastam do interior: pelo contrário, como o homem é um ser no qual estão indissoluvelmente unidos alma e corpo, sua expressão de louvor e adoração ao Criador deve proceder do interior e do exterior também.

Aos que argumentam que o culto prestado na Santa Missa deve ser mais interior do que exterior, o Papa Pio XII, em sua magistral Encíclica sobre a liturgia, mostra o engano de tal afirmação, sustentando que o exterior deve refletir o interior, sob pena de uma certa esquizofrenia espiritual: “A adoração prestada pela Igreja a Deus deve ser (...) tanto interior quanto exterior.”[v]


A observância das normas litúrgicas demonstra a obediência do sacerdote – sinal claro da humildade requerida de quem se apresenta diante de Deus para oferecer um sacrifício, no caso da Missa, ou celebrar Seu Nome, nos outros atos de culto –, seu sentimento de unidade para com a Igreja e de pertença a uma realidade espiritual maior do que abarcam suas simples opiniões, traduz uma piedade rica e bela, e torna, como afirmamos, mais visível aquilo que é invisível aos nossos olhos.

[i] Catecismo da Igreja Católica, 1146

[ii] Sua Santidade, o Papa João Paulo II. Exortação Apostólica Catechesi Tradendae, 23

[iii] Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Inaestimabile Donum, Introdução

[iv] ELLIOTT, Peter. Liturgical Question Box. San Francisco: Ignatius Press, 1998, p. 14

[v] Sua Santidade, o Papa Pio XII. Encíclica Mediator Dei, 23

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Aniversário do Motu Proprio Summorum Pontificum



Com a graça de Deus, comemoramos o dia dos três anos de aplicação do Motu Proprio Summorum Pontificum do Papa Bento XVI, que permitiu que todos os padres celebrassem a Missa, anterior à Reforma de 1962, sem pedir uma prévia autorização episcopal.

A data em que foi assinada a bula papal Summorum Pontificum é datada do dia 7 de julho de 2007, mas a sua entrada em vigor começou no dia da Exaltação da Santa Cruz,14 de setembro de 2007,ou seja, faz-se três anos então que a Missa Gregoriana foi liberada por Sua Santidade e inunda de graças o mundo inteiro.

[...] "A última versão do Missale Romanum, anterior ao Concílio, que foi publicada sob a autoridade do Papa João XXIII em 1962 e utilizada durante o Concílio, poderá, por sua vez, ser usada como Forma extraordinária da Celebração Litúrgica. Não é apropriado falar destas duas versões do Missal Romano como se fossem «dois ritos». Trata-se, antes, de um duplo uso do único e mesmo Rito".[...]
Trecho da Carta de Bento XVI aos bispos que acompanha o Motu Proprio


Para ler o Summorum Pontificum clique aqui, e para ler a carta aos bispos sobre este documento clique aqui.

Fonte:Igreja Santa

Nos autem gloriári opórtet in Cruce Dómini Nostri Jesus Christi



É chegado O grande dia! Celebramos hoje a festa da Exaltação da Santa Cruz.

Esta festa vem nos recordar por primazia que a Cruz de Nosso Senhor é fonte de santidade e símbolo revelador da vitória de Jesus sobre o pecado, a morte e o demônio; também na Cruz encontramos o maior sinal do amor de Deus, por isso :


"Nós, porém, pregamos um Messias crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos " (I Cor 1,23)

A festividade de hoje teve primeiramente por objeto único a invenção da Santa Cruz, levada a efeito por Santa Helena, mãe do imperador romano Constantino,e a dedicação das basílicas constantinas(uma, construída sobre o Monte do Gólgota e outra, no lugar em que Cristo Jesus foi sepultado e ressuscitado pelo poder de Deus) que foram consagradas no dia 14 de setembro. Porém outro acontecimento nos faz memória neste dia. Diz que em 629 a cruz foi restituída pelos persas e em 615,Cósroas, rei dos persas, apoderara-se de Jerusalém e da relíquia da Santa Cruz. Quatorze anos depois, o imperador Heráclio derrotou Cosroas e exigiu dele a entrega da preciosa relíquia. Entrando em Jerusalém, quis levar ele mesmo a S.Cruz com grande pompa real para repor no Calvário.Caminhava coberto de pedrarias e ouro com a Cruz do Senhor às costas, quando, de repente, às portas de Jerusalém que dão para o Calvário, se sentiu preso por uma força invisível que não o deixou prosseguir.Zacarias, Bispo de Jerusalém, e testemunha fiel do fato, advertiu então: "com estas vestes, estais longe de imitar a pobreza de Jesus Cristo e a humildade com que levou a Cruz". Heráclio despojou-se então de suas roupas e tomou para si um manto ordinário, tirou os seus sapatos e só assim conseguiu continuar levando a Cruz de Nosso Senhor.

A morte de Jesus na cruz foi simultâneamente o seu triunfo e sacrifício. Ele o predissera na véspera de sua paixão: "é agora que o príncipe deste mundo será lançado fora: e quando eu Me elevar da Terra, tudo atrairei a mim".


Nós, porém devemo-nos gloriar na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, de Quem nos vem a salvação,a vida e a ressurreição; por Quem somos salvos e livres.

Fonte:Igreja Santa

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