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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A Coroa do Advento

Um dos mais evidentes dos costumes do Advento, familiar para a maioria, é claro, a coroa do Advento, que é uma bela maneira de marcar a progressão do tempo de Advento e de preparação para a grande festa da Natividade de Nosso Senhor.

Manual de Christian Festas e Costumes, ele diz o seguinte sobre o costume da coroa do Advento:

A coroa do Advento originou algumas centenas de anos atrás entre os luteranos da Alemanha Oriental. Provavelmente foi sugerido por um dos símbolos de luz, que foram muitos usados no folclore, no final de novembro e início de Dezembro . Os cristãos dos tempos medievais mantidas muitas dessas luzes e símbolos do fogo viva as tradições populares e folclore antigo. No século XVI começou o costume de usar luzes, como um símbolo religioso do Advento nas casas dos fiéis. Esta prática se espalhou rapidamente entre os protestantes da Alemanha Oriental e foi logo aceite pelos protestantes e católicos em outras partes do país. Recentemente, tem não só encontrou o seu caminho para a América, mas está se espalhando tão rapidamente que já é um costume acalentado em muitos lares.

A coroa do Advento é exatamente o que a palavra implica, uma grinalda de sempre-vivas , feita em vários tamanhos. Ou é suspensa no teto ou colocados sobre uma mesa, geralmente em frente ao altar da família. Fixado para a coroa estão quatro velas em pé, em distâncias iguais. Estas velas representam as quatro semanas do Advento.

Diário de um certo tempo (geralmente à noite), a família se reúne para um pequeno exercício religioso. Todos os domingos do Advento, mais uma vela é acesa, até que todas as quatro velas a sua luz alegre para anunciar o aniversário se aproximando do Senhor. Todas as outras luzes se apagam na sala, e apenas o brilho suave das velas ao vivo ilumina a escuridão. Depois de algumas orações, que são recitados pela graça de uma boa preparação e santo para o Natal, a família canta um dos hinos tradicionais Advento ou uma canção em honra de Maria.

O simbolismo tradicional da coroa do Advento recorda aos fiéis do Velho Testamento, quando a humanidade estava "sentado nas trevas e na sombra da morte" (Lucas 2:79), quando os profetas, iluminados por Deus, anunciou o Redentor, e quando os corações dos homens brilharam com o desejo para o Messias. A coroa - um antigo símbolo de vitória e glória - simboliza o "cumprimento do tempo" na vinda de Cristo ea glória do Seu nascimento.

. Em algumas partes da Europa, é usual que as pessoas com o nome de João ou Joana de ter a primeira à direita para acender as velas na coroa do Advento e da árvore de Natal, porque o evangelista João inicia seu Evangelho de Cristo, chamando a Luz "do mundo "e João Batista foi o primeiro a ver a luz da divindade que brilha sobre o Senhor em Seu batismo no rio Jordão.

sábado, 27 de novembro de 2010

Orientações para o Tempo do Advento


Rezam as Normas para o Ano Litúrgico e o Calendário Romano:
"O tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa." (NALC, 39)
Nesse sentido, o roxo é a cor ditada pelas rubricas, como de espera penitencial, ainda que não tão rigorosa quanto a da Quaresma. De fato, o Advento é uma "pequena Quaresma" em preparação ao Natal. Preparando-nos para celebrar a primeira vinda de Cristo no Natal, aguardamos, neste exílio, pela segunda, em que Ele deve nos achar livres do pecado. O chamado à santidade é também a tônica, pois, do Advento.

Algumas anotações oficiais, tiradas do Diretório Litúrgico da CNBB, para o Advento que começa amanhã, nos ajudam a que as celebrações seja conforme as rubricas e a tradição do rito romano:
1. O órgão e os outros instrumentos musicais devem usar-se, e o altar orna-se com flores, com aquela moderação que convém ao caráter próprio deste tempo, de modo q não antecipar a plena alegria do Natal do Senhor. No Domingo Guadete (3º do Advento), pode-se usar a cor-de-rosa (CB, n. 236).

2. Na celebração do matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, dá-se sempre a bênção nupcial;

3. Até o dia 16, inclusive, não se permitem as Missas para diversas circunstâncias, votivas ou cotidianas pelos defuntos, a não ser que a utilidade pastoral o exija (IGMR, n. 333). Mas podem ser celebradas as Missas das memórias que ocorrem, ou dos Santos inscritos no Martirológio nos respectivos dias (IGMR, n. 316b).
Vejam que, conforme a primeira frase do número 3, a Missa Rorate, do Comum de Nossa Senhora, por motivo pastoral, pode ser celebrada, segundo ilustramos em um artigo do Salvem.

A partir de hoje, último sábado do Tempo Comum, começa, nas Completas, a antífona mariana Alma Redemptoris Mater.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Juramento Papal.


Juramento feito por todos os Papas no dia de sua coroação:
"EU PROMETO:
Não diminuir ou mudar nada daquilo que encontrei conservado pelos meus probatíssimos antecessores e de não admitir qualquer novidade, mas de conservar e de venerar com fervor, como seu verdadeiro discípulo e sucessor, com todas as minhas forças e com todo empenho, tudo aquilo que me foi transmitido.
De emendar tudo quanto esteja em contradição com a disciplina canônica e de guardar os sagrados Cânons e as Constituições Apostólicas dos nossos Pontífices, os quais são mandamentos divinos e celestes, (estando Eu) consciente de que deverei prestar contas diante do (Teu) juízo divino de tudo aquilo que eu professo; Eu que ocupo o teu lugar por divina designação e o exerço como teu Vigário, assistido pela tua intercessão. Se pretendesse agir diversamente, ou de permitir que outros o façam, Tu não me será propício naquele dia tremendo do divino juízo… (pp.43 e 31).
Portanto, nós submetemos ao rigoroso interdito do anátema, se porventura qualquer um, ou nós mesmos, ou um outro, tiver a presunção de introduzir qualquer novidade em oposição à Tradição Evangélica, ou à integridade da Fé e da Religião, tentando mudar qualquer coisa concernente à integridade da nossa Fé, ou consentindo a quem quer que seja que pretendesse fazê-lo com ardil sacrílego."
(do: "Liber Diurnus Romanorum Pontificum", pp 54, 44, P.L. 1 a 5).
"EGO PROMITTO…
Nihil de traditione quod a probatissimis praedecessoribus meis servatum reperi, diminuere vel mutare, aut aliquam novitatem admittere; sed ferventer, ut vere eorum discipulus sequipeda, totia viribis meis conatibusque tradita conservare ac venerari.
Si qua vero emerserint contra disciplinam canonicam, emendare; sacrosque Canones et Constituta Pontificum nostrorum ut divina et coelestia mandata, custodire, utpote tibi redditurum me sciens de omnibus, quae profiteor, districtam in divino judicio rationem, cuius locum divina dignatione perago, et vicem intercessionibus tuis adjutus impleo. Si praeter haec aliquid agere praesumsero, vel ut praesumatur, permisero, eris mihi, in illa terribili die divini judicii, depropitius (…)
Unde et districti anathematis interdictionis subjicimus, si quis unquam, seus nos, sive est alius, qui novum aliquid praesumat contra huiusmodi evangelicam traditionem, et orthodoxae fidei Christianaeque religionis integritatem, vel quidquam contrarium annintendo immutare, sive subtrahere de integritate fidei nostrae tentaverit, vel auso sacrilego hoc praesumentibus consentire."

O juramento acima foi escrito pelo Papa S. Agato no ano 678 D.C, mas presume-se que ele tenha muito mais séculos de antiguidade. Foi feito por todos os Pontífices Romanos, com exceção de João Paulo II.
(

fonte: www.traditio.com).
Para citar este texto:
Agato, Papa S. – "Juramento Papal"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=documentos&subsecao=decretos&artigo=juramentopapal

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Dom Athanasius Schneider concede entrevista à Paix Liturgique.

A reforma da reforma promovida pelo Santo Padre é uma obra que vai avançando lentamente por lhe faltar, até ao momento, o necessário apoio por parte da hierarquia episcopal. Apesar de a maioria dos prelado se manter numa atitude de quem fica à espera, alguns houve que optaram por se lançar com entusiasmo e obediência na promoção do novo movimento litúrgico desejado por Bento XVI. Para nós, é uma alegria poder apresentar-lhes esta semana a primeira parte de uma conversa com um desses prelados, Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Dom Atanásio Schneider, bispo auxiliar de Karganda, no Cazaquistão, e autor do livro “Dominus Est”, sobre o rito da Comunhão — publicado em Portugal em Setembro de 2008 pela editora Caminhos Romanos – Unipessoal, Lda. e, no Brasil, em Maio de 2009, pela editora Raboni. É precisamente sobre esta questão da Comunhão que o Senhor Dom Atanásio nos hoje vai falar.
1) Antes de mais, será que o Senhor Dom Atanásio nos poderia apresentar a ordem religiosa a que pertence: os Cónegos Regulares da Santa Cruz, também conhecidos pelo nome de Cónegos de Coimbra?
S.E.R., Senhor Dom Atanásio Schneider: A ordem foi criada no ano de 1131, em Coimbra, em Portugal, por Dom Telo e São Teotónio, o primeiro português a ser canonizado. Fundaram-na com outros dez religiosos e optaram por seguir a regra de Santo Agostinho, pondo-se sob a dupla protecção da Santa Cruz e da Imaculada Conceição. A ordem conheceu logo um rápido crescimento.

Também ele português de nascença, Santo António de Pádua, chegou a pertencer à ordem antes de se juntar aos franciscanos. Em 1834, o governo português interditou as ordens religiosas. Sem embargo disso, para a Igreja, uma ordem só se considera extinta 100 anos após a morte do último dos seus membros. Tendo em conta esta disposição, o Primaz de Portugal decidiu relançar a ordem logo após o fim do concílio Vaticano II. O seu renascimento foi aprovado em 1979 por um decreto da Santa Sé, assinado pelo Senhor Dom Augusto Mayer, que então era o Secretário da Congregação para os Religiosos.

A ordem dedica-se à veneração da Santa Cruz e dos anjos, estando particularmente ligada à obra levada a cabo pelo Opus Angelorum. Tendo nascido na Áustria, em 1949, o Opus Angelorum veio a originar em 1961 a Confraria dos Anjos da Guarda, que tinha a vocação de reunir os “irmãos da Cruz”. A fundadora do Opus Angelorum, uma humilde mãe de família austríaca, Gabrielle Bitterlich, queria trazer uma ajuda espiritual aos sacerdotes e participar na expiação dos pecados destes através da prática da adoração eucarística.
O Opus Angelorum, depois de ter sido alvo de várias intervenções por partes da Santa Sé, com o intuito de clarificar o seu funcionamento, veio por fim a tornar-se, depois de 2007, na ordem terceira dos Cónegos Regulares da Santa Cruz.
A ordem conta com 140 membros, dos quais 80 são sacerdotes, e está presente na Europa, na Ásia e na América.

No seio da ordem, a Missa é celebrada de acordo com o Novus Ordo, mas “versus Deum”, sendo a comunhão distribuída segundo a forma tradicional, a mesma que o Santo Padre pôs em lugar de honra nas cerimónias a que preside: comunhão na língua estando os fiéis ajoelhados. Com esta opção, a ordem perpetua também a memória da fundadora do Opus Angelorum, que já muito sofrera com a generalização da comunhão na mão.

2) Senhor Dom Atanásio, foi este especial respeito pela Eucaristia que o incitou a entrar na ordem?

AS: Foi. É preciso que saiba que vivi durante 12 anos, os primeiros anos da minha vida, debaixo da tirania do comunismo soviético. Cresci com amor ao Jesus Eucarístico graças a minha mãe que era uma “mulher hóstia”, isto é, uma das pias mulheres que, assim que acontecia os padres serem presos ou interrogados pelas autoridades, tratavam de guardar secretamente a hóstia sagrada para evitar que fossem praticados sacrilégios.

Compreenderá, pois, como é natural que tivesse ficado chocado, aquando da nossa chegada à Alemanha, em 1973, ao descobrir como se dava a comunhão nas igrejas. Lembro-me de, ao ver pela primeira vez a comunhão a ser dada na mão, ter dito à minha mãe: “Mãe, mas é como quando nos dão os biscoitos na escola!”

Mais tarde, quando percebi que tinha a vocação ao sacerdócio, fui em busca de um caminho que também me permitisse ser, à minha maneira, um guardião de Jesus Hóstia. Quis a Providência que isto se desse precisamente no momento em que eram relançados os Cónegos da Santa Cruz.

3) Desde a sua eleição, ocorrida em pleno ano eucarístico, Bento XVI tem reafirmado constantemente a presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Eucaristia. E, depois da festa do Corpo de Deus de 2008, chegou mesmo a retomar o uso de dar a comunhão na língua estando os fiéis ajoelhados. Tocados por este exemplo pontifício, muitos sacerdotes, e frequentemente entre os mais jovens, começam a duvidar dos méritos a comunhão generalizada na mão, que, além do mais, é considerada por alguns como um dos maiores estragos saídos da reforma litúrgica. O vosso livro “Dominus Est” trata precisamente deste tema. De acordo com o Senhor Dom Atanásio, será certo dizermos, como o faz bispo Malcolm Ranjith no prefácio ao livro de Vossa Excelência Reverendíssima, que a comunhão na mão veio favorecer a diminuição da fé na presença real de Cristo e, por consequência, uma falta de respeito para com o Santíssimo Sacramento? E prova disso seria o relegar dos sacrários para certos cantos escondidos das igrejas, os fiéis que já não genuflectem diante do Santíssimo Sacramento, as comunhões sacrílegas, etc.

AS: Antes de mais, gostaria de sublinhar que acredito ser possível comungarmos com grande reverência recebendo a hóstia na mão. Mas, no modo de fazer que é mais comum, em que ministro e fiel parecem ter esquecido toda a sacralidade do acontecimento, tenho de admitir que a comunhão na mão contribui para um enfraquecimento da fé e para uma menor veneração do Senhor Eucarístico. Neste sentido, estou completamente de acordo com as observações de SER, o bispo Malcolm Ranjith.

Dom Athanasius celebrando uma Missa Pontiifcal
em Lisieux, na França, em ocasião do mês missionário.

Há algumas considerações que ajudam a compreender essas observações:

- Nada há aí que assegure a veneração relativamente aos fragmentos mais ínfimos da hóstia. Dói-me muito a perda de fragmentos da Santa Eucaristia, que é agora tão frequente por causa da prática quase geral da comunhão a mão. Não compreendo como é possível uma tal indiferença, que, com o passar do tempo, conduz a uma diminuição da fé na Transubstanciação, senão mesmo ao seu desaparecimento puro e simples…

- A comunhão na mão favorece muitíssimo o roubo das espécies eucarísticas. E por causa disso, cometem-se sacrilégios que em hipótese alguma deveríamos permitir.

- Além disso, a deslocação do sacrário vem prejudicar a centralidade da Eucaristia, mesmo numa perspectiva pedagógica: o lugar onde Nosso Senhor Jesus Cristo repousa deve ser sempre visível para todos.

4) Ainda que no princípio ela não tenha sido autorizada senão mediante um indulto, a comunhão na mão tornou-se a norma, e quase um dogma, na maioria das dioceses. Como se pode explicar esta evolução?

AS: Esta foi uma situação que se impôs com todas as notas próprias de uma moda e a impressão que tenho é a de que a sua difusão correspondeu a uma autêntica estratégia. Foi um hábito que se difundiu com efeito de avalanche. Pergunto-me a mim mesmo como pudemos tornar-nos insensíveis ao ponto de deixar de reconhecer a sublime sacralidade das espécies eucarísticas, Jesus vivo dentro de nós com a Sua majestade divina.

5) Até ao momento, foram muito poucos os prelados que decidiram imitar o Santo Padre dando também a comunhão da maneira tradicional. Ao mesmo tempo, há muitos sacerdotes que hesitam em seguir aquele exemplo. Crê tratar-se somente de simples resistências conservadoras (nas coisas dadas por adquiridas depois do concílio, no “acquis” do concílio, não se toca), ou, o que seria pior, tratar-se-á de um desinteresse pela questão?

AS: Não podemos julgar as intenções, mas uma observação exterior permite pensar que há realmente uma resistência, se não chegar a ser um efectivo desinteresse, relativamente à maneira mais sagrada e mais segura de receber a comunhão. É como se uma parte dos pastores da Igreja fizesse de conta que não vê o que o Sumo Pontífice está a levar a cabo: um magistério eucarístico pela prática.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Rito moçárabe

Algo bem presente na liturgia moçárabe é que o Livro dos Evangelhos e segurado com o Véu umeral, ressaltando que a Palavra de Deus também é o Próprio Cristo Jesus

O rito moçárabe ou hispânico é um dos ritos ocidentais antigos (juntamente ao romano, ao ambrosiano e ao galicano), tendo nascido e se consolidado na península ibérica por volta do século VI, antes da invasão muçulmana.
Segundo os especialistas, uma das características deste rito é a importante presença do canto. Outros garantem que esse rito conversa, muito mais que os demais ritos, influências da liturgia judia nas sinagogas.
Apesar das dificuldades (conquista muçulmana e imposição do rito romano, especialmente depois de Trento), o rito hispânico sobreviveu em Toledo. Em 1495, o cardeal Cisneros empreendeu uma importante reforma, dedicando uma capela para a celebração desta liturgia, e compondo um missal escrito que coletava as tradições orais que ainda prevaleciam.
Contudo, não foi até o século XX, quando o Concílio Vaticano II dispôs, na Sacrosanctum Concilium, o mesmo direito e honra aos ritos legitimamente reconhecidos, quando se empreendeu a verdadeira reforma do rito, com a edição do Missal atual.
Posteriormente, o Papa João Paulo II concedeu a permissão (que até então só tinha em Toledo) de celebrar esta liturgia em qualquer lugar da Espanha. O próprio pontífice quis celebrar a Missa com este rito, em 28 de maio de 1992, se tornando o primeiro papa que o utilizava em Roma.

[Giotto - Lamentação sobre Cristo morto]
humiliate uos ad benedictionem(do rito
moçárabe)

Lembras-te. A mão descia e. Sempre a mão. Até ao fim até ao. E eu já não sabia se o suor era teu se era meu. Mas agora não era para me fazer mal. A mão. A minha. Ou talvez. Talvez sim. A verdade é que. Lembras-te. Foi mau. Muito mau. E nunca mais passava. Primeira vez. A minha. A tua não. Tu avisaste-me entre risos envergonhados. Mas nada do que viesse de ti era mau. Ou era. Era. Foi. Tanto faz. Já passou. Mas naqueles dias. Naquelas noites. Nada que viesse de ti. Mesmo quando não me vias nem me telefonavas. E depois veja lá. Aparecia-me. Assim. Como se ontem e anteontem e na semana passada. Percebe. Como se nos víssemos todos os dias. Como se fosse uma rotina. Uma rotina boa. De namorados. Mas dois que se viam de vez em quando. Quanto tu querias. Porque eu. Eu queria-te todas as noites. Beber beber-te os lábios e a língua agarrar-te morder-te o pescoço insultar-te as nádegas beijar-te entornar-me dentro de ti. Percebe. Era a primeira vez que eu. Até então a mentira. Há tantos que. A vida toda. Mentindo-se a si e aos seus. Mas eu. Eu não. Quer dizer. Ainda me minto. Mas não nisso. Ou. E ele aparecia. Como se. E dizia-me. Então hoje à noite às tantas horas no tal sítio. O tal sítio era um bar ou uma tasca daquelas. Sabe. Ginginha com elas. O chão tem cola e os sapatos fazem nhac nhac. E eu ia. Sicut ouis ad occisionem. Sem um protesto sem um tive saudades sem uma vírgula de dignidade. Ontem não me quiseste nem anteontem nem na semana passada. Hoje aqui me tens. Até ao fim.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

24 novos cardeais

Ao final da Audiência Geral de hoje o Papa Bento XVI anunciou os nomes dos 24 novos cardeais que serão criados no próximo Consistório de 20 de novembro, véspera da Solenidade de Cristo Rei. Além de diversos membros da cúria vaticana, três africanos, três europeus e um asiático, o Santo Padre escolheu a três Bispos da América, entre eles o Arcebispo de Aparecida e presidente do CELAM Dom Raymundo Damasceno.

O Papa explicou que "os cardeais, têm a tarefa de ajudar ao sucessor do apóstolo Pedro no cumprimento de sua missão de princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade da fé e da comunhão na Igreja".

Esta é a lista:

Arcebispo Raúl Eduardo Vela Chiriboga, Emérito Quito (Equador); Arcebispo Donald William Wuerl, de Washington (Estados Unidos); e o Arcebispo Raymundo Damasceno Assis, de Aparecida (Brasil).



Os membros da cúria vaticano são os seguintes: Arcebispo Angelo Amato, S.D.B., Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos; Arcebispo Robert Sarah, Presidente do Pontifício Conselho "Cor Unum"; Arcebispo Francesco Monterisi, Arcipreste da Basílica de São Paulo Extramuros; Arcebispo Fortunato Baldelli, Penitenciário Mor; Arcebispo Raymond Leo Burke, Prefeito do Tribunal Supremo da Assinatura Apostólica; Arcebispo Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos; Arcebispo Paolo Sardi, Vice-carmelengo da Santa Igreja Romana; Arcebispo Mauro Piacenza, Prefeito da Congregação para o Clero; Arcebispo Velasio De Paolis, C.S., Presidente da Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé e Delegado Pontifício para os Legionários de Cristo; e o Arcebispo Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho da Cultura.

Os bispos africanos são: Sua Beatitude Arcebispo Antonio Naguib, Patriarca de Alexandria dos Coptos (Egito); Arcebispo Medardo Joseph Mazombwe, Emérito de Lusaka (Zâmbia); Arcebispo Laurent Monsengwo Pasinya, da Kinshasa (República Democrática do Congo).

Os bispos europeus são: Arcebispo Paolo Romeo, de Palermo (Itália); Arcebispo Kazimierz Nycz, de Varsóvia (Polônia); e Arcebispo Reinhard Marx, de München und Freising (Alemanha).

O novo cardeal asiático será o Arcebispo Albert Malcolm Ranjith Patabendige Don, do Sirilanka.

O Papa Bento XVI explicou que também serão elevados à dignidade cardinalícia dois bispos e dois sacerdotes de mais de 80 anos, membros não eleitores para um conclave, que se distinguiram "por sua generosidade e dedicação ao serviço da Igreja". Estes são:

Arcebispo José Manuel Estepe Llaurens, Bispo Emérito Militar da Espanha; Bispo Elio Sgreccia, Presidente emérito da Pontifícia Academia para a Vida; junto com os sacerdotes Mons. Walter Brandmüller, Presidente Emérito do Pontifício Comitê de Ciências Históricas (Alemanha); e Mons. Domenico Bartolucci, Professor e diretor emérito da Capela Musical Pontifícia Sixtina.

Diretório pastoral Litúrgico-sacramental da Arquidiocese de Fortaleza


O culto de adoração a Santíssima Eucaristia – 208. Multipliquem-se momentos especiais de adoração e de louvor à Santíssima Eucaristia, realizando Exposições solenes, Horas Santas, Bênçãos ao Santíssimo Sacramento.


209. Os Pastores da Igreja incentivem os fieis a reconhecerem no dia a dia a presença real de Cristo na Eucaristia, dando sentido aos gestos de genuflexão ao Santíssimo Sacramento ao entrar e sair da Igreja, ou Capela do santíssimo, quando houver adoração silenciosa às sagradas espécies conservadas nos sacrários.

211. Cuide-se que o Templo e de modo especial, a Capela do Santíssimo Sacramento sejam respeitados como lugares sagrados, propiciando clima de silêncio e oração, especialmente para a reverência devida ao Santíssimo Sacramento.

A Exposição da Santíssima Eucaristia – 215. O ministro ordinário da exposição do Santíssimo Sacramento é o sacerdote ou o diácono que, no fim da adoração, antes de repor o Sacramento, abençoa com ele o povo. Na ausência do sacerdote ou do diácono, ... poderão expor publicamente a Santíssima Eucaristia para adoração dos fiéis e depois repô-la o Acólito instituído e outro Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão. A estes não é permitido, no entanto, dar a benção com o Santíssimo Sacramento.

217. Pela devida segurança e respeito devidos ao Santíssimo Sacramento, nunca será permitido apresentá-lo, seja no cibório ou no ostensório, para toques e beijos dos fieis.

Ritual da benção da Santíssima Eucaristia – 218. O Ritual da Benção do Santíssimo Sacramento propõe os seguintes momentos que deverão ser sempre respeitados na celebração: Exposição, Adoração, Benção e Reposição.

Adoração da Santíssima Eucaristia – 221. Durante a exposição, as orações, cantos e leituras devem ser organizadas de tal modo que os fiéis, recolhidos fervorosos na oração, se dediquem ao Cristo Senhor. Para favorecer a oração interior usar-se-ão leituras da Sagrada Escritura com Homilia ou breves exortações que despertem maior estima pelo Ministério Eucarístico. Convém ainda que os fieis respondam a palavra de Deus por meio do canto. É conveniente que os momentos apropriados se guarde um silêncio sagrado.

4. ECLESIA DE EUCARISTIA(17/04/2003) – SOBRE A EUCARISTIA NA SUA RELAÇÃO COM A IGREJA

10. ... Mais ainda, em muitos lugares, é dedicado amplo espaço à adoração do Santíssimo Sacramento, tornando-se fonte inesgotável de santidade. A devota participação dos fiéis na procissão eucarística da solenidade do Corpo e Sangue de Cristo é uma graça do Senhor que anualmente enche de alegria quantos nela participam. De fato, há lugares onde se verifica um abandono quase completo do culto de adoração eucarística. Num contexto eclesial ou outro, existem abusos que contribuem para obscurecer a reta fé e a doutrina católica acerca deste admirável sacramento. Às vezes transparece uma compreensão muito redutiva do Mistério Eucarístico.

25. ... É bom demorar-se com Ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo predileto (Jo 13, 25), deixar-se tocar pelo amor infinito do seu coração. Se atualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela arte da oração, como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo Sacramento? Quantas vezes, meus queridos irmãos e irmãs, fiz esta experiência, recebendo dela força, consolação e apóio.

5. CARTA APÓSTOLICA(07/10/2004) – PARA O ANO DA EUCARISTIA – OUT/2004 A OUT/2005

Estou convosco todos os dias – 16. ... A Eucaristia é o mistério da presença, por meio do qual se realiza de modo absoluto a promessa de Jesus de permanecer conosco até o fim do mundo. (Mt 28, 20)

Celebrar, adorar, contemplar – 17. ... É preciso em particular, cultivar, quer na celebração da missa, quer no culto eucarístico fora da missa, a viva consciência da presença real de Cristo, tendo o cuidado de testemunhá-la com o tom de voz, com os gestos, com os movimentos, com todo o conjunto do comportamento... o destaque que deve ser dado aos momentos de silêncio, seja na celebração, seja na adoração ... É necessário... por parte dos ministros e dos fiéis que seja marcado por um extremo respeito. A presença de Jesus no tabernáculo deve constituir como que um pólo de atração para um número sempre maior de almas apaixonadas.

18. A adoração eucarística fora da missa se torne, durante este ano, em empenho especial para cada comunidade paroquial e religiosa. Permaneçamos longamente prostados diante de Jesus presente na Eucaristia, reparando com nossa fé e nosso amor os descuidos, os esquecimentos e até os ultrajes que nosso Salvador deve sofrer em tantas partes do mundo. Aprofundemos na adoração a nossa contemplação pessoal e comunitária, servindo-nos também de subsídios de oração sempre marcados pela palavra de Deus...

Vicente de Paulo dos Santos

Coordenador Diocesano da EPA
Fonte: RCC Fortaleza

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Vésperas de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.


V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Aleluia.

Hino

Ave, do mar Estrela,
bendita Mãe de Deus,
fecunda e sempre Virgem,
portal feliz dos céus.

Ouvindo aquele Ave
do anjo Gabriel,
mudando de Eva o nome,
trazei-nos paz do céu.

Ao cego iluminai,
ao réu livrai também;
de todo mal guardai-nos
e dai-nos todo o bem.

Mostrai ser nossa Mãe,
levando a nossa voz
a Quem, por nós nascido,
dignou-se vir de vós.

Suave mais que todas,
ó Virgem sem igual,
fazei-nos mansos, puros,
guardai-nos contra o mal.
Oh! dai-nos vida pura,
guiai-nos para a luz,
e um dia, ao vosso lado,
possamos ver Jesus.


Louvor a Deus, o Pai,
e ao Filho, Sumo Bem,
com seu Divino Espírito
agora e sempre. Amém.
Salmodia
Ant. 1 És feliz porque creste, Maria,
pois em ti a Palavra de Deus
vai cumprir-se conforme ele disse.
Salmo 121(122)
–1 Que alegria, quando ouvi que me disseram: *
'Vamos à casa do Senhor!'
–2 E agora nossos pés já se detêm, *
Jerusalém, em tuas portas.
–3 Jerusalém, cidade bem edificada *
num conjunto harmonioso;
–4 para lá sobem as tribos de Israel, *
as tribos do Senhor.

– Para louvar, segundo a lei de Israel, *
o nome do Senhor.
–5 A sede da justiça lá está *
e o trono de Davi.

–6 Rogai que viva em paz Jerusalém, *
e em segurança os que te amam!
–7 Que a paz habite dentro de teus muros, *
tranqüilidade em teus palácios!

–8 Por amor a meus irmãos e meus amigos, *
peço: 'A paz esteja em ti!'
–9 Pelo amor que tenho à casa do Senhor, *
eu te desejo todo bem!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. És feliz porque creste, Maria,
pois em ti a Palavra de Deus
vai cumprir-se conforme ele disse.

Ant. 2 És bendita entre todas as mulheres da terra,
e bendito é o fruto que nasceu de teu ventre!
Salmo 126(127)
–1 Se o Senhor não construir a nossa casa, *
em vão trabalharão seus construtores;
– Se o Senhor não vigiar nossa cidade, *
em vão vigiarão as sentinelas!


–2 É inútil levantar de madrugada, *
ou à noite retardar vosso repouso,
– para ganhar o pão sofrido do trabalho, *
que a seus amados Deus concede enquanto dormem.


–3 Os filhos são a bênção do Senhor, *
o fruto das entranhas, sua dádiva.
–4 Como flechas que um guerreiro tem na mão, *
são os filhos de um casal de esposos jovens.


–5 Feliz aquele pai que com tais flechas *
consegue abastecer a sua aljava!
– Não será envergonhado ao enfrentar *
seus inimigos junto às portas da cidade.


– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. 2 És bendita entre todas as mulheres da terra,
e bendito é o fruto que nasceu de teu ventre!

Ant. 3 Toda santa e sem mancha de pecado,
mereceste ser a Mãe do Salvador.
Cântico Ef 1,3-10
–3 Bendito e louvado seja Deus, *
o Pai de Jesus Cristo, Senhor nosso,
– que do alto céu nos abençoou em Jesus Cristo *
com bênção espiritual de toda sorte!


(R. Bendito sejais vós, nosso Pai,
que nos abençoastes em Cristo!)


–4 Foi em Cristo que Deus Pai nos escolheu, *
já bem antes de o mundo ser criado,
– para que fôssemos, perante a sua face, *
sem mácula e santos pelo amor.(R.)
=5 Por livre decisão de sua vontade, †
predestinou-nos, através de Jesus Cristo, *
a sermos nele os seus filhos adotivos,
–6 para o louvor e para a glória de sua graça,*
que em seu Filho bem-amado nos doou.(R.)
–7 É nele que nós temos redenção, *
dos pecados remissão pelo seu sangue.
= Sua graça transbordante e inesgotável †
8 Deus derrama sobre nós com abundância, *
de saber e inteligência nos dotando.(R.)
–9 E assim, ele nos deu a conhecer *
o mistério de seu plano e sua vontade,
– que propusera em seu querer benevolente, *
10 na plenitude dos tempos realizar:
– o desígnio de, em Cristo, reunir *
todas as coisas: as da terra e as do céu. (R.)
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Toda santa e sem mancha de pecado,
mereceste ser a Mãe do Salvador.
Leitura breve Ap 21,2-3
Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, vestida qual esposa
enfeitada para o seu marido. Então, ouvi uma voz forte que saía do trono e dizia: Esta é a
morada de Deus entre os homens. Deus vai morar no meio deles. Eles serão o seu povo, e o
próprio Deus estará com eles.
Responsório breve

R. Sois feliz, Virgem Maria,
* E mereceis todo louvor! R. Sois feliz.
V. Pois de vós se levantou o Sol brilhante da justiça
que é Cristo, nosso Deus. * E mereceis.
Glória ao Pai. R. Sois feliz.

Cântico evangélico (MAGNIFICAT) Lc 1,46-55
Ant. Porque eu escolhi e santifiquei este lugar,
para que nele o meu nome permaneça eternamente,
meu coração e os meus olhos nele sempre fixarei.
A alegria da alma no Senhor
–46 A minha alma engrandece ao Senhor * 47 e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador;
–48 porque olhou para humildade de sua serva, *
doravante as gerações hão de chamar-me de bendita.

–49 O Poderoso fez em mim maravilhas *
e Santo é o seu nome!
–50 Seu amor para sempre se estende *
sobre aqueles que o temem;

–51 manifestou o poder de seu braço, *
dispersou os soberbos;
–52 derrubou os poderosos de seus tronos *
e elevou os humildes;
–53 saciou de bens os famintos, *
despediu os ricos sem nada.
–54 Acolheu Israel, seu servidor, *
fiel ao seu amor,

–55 como havia prometido a nossos pais, *
em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Porque eu escolhi e santifiquei este lugar,
para que nele o meu nome permaneça eternamente,
meu coração e os meus olhos nele sempre fixarei.

Preces
Proclamemos a grandeza de Deus Pai todo-poderoso: Ele quis que Maria, Mãe de seu Filho,
fosse celebrada por todas as gerações. Peçamos humildemente:


R. Nossa Senhora Aparecida, rogai a Deus por nós!


Vós, que fizestes de Maria a Mãe da misericórdia,
– concedei a todos os que estão em perigo sentirem o seu amor materno. R.


Vós, que confiastes a Maria a missão de mãe de família no lar de Jesus e José,
– fazei que, por sua intercessão, todas as mães vivam em família o amor e a santidade. R.


Vós, que destes a Maria a força para ficar de pé junto à cruz, e a enchestes de alegria com a
ressurreição de vosso Filho,
– socorrei os atribulados e confortai-os na esperança. R.


Vós, que fizestes de Maria a serva fiel e atenta à vossa Palavra,
– fazei de nós, por sua intercessão, servos e discípulos de vosso Filho. R.


(intenções livres)
Vós, que coroastes Maria como rainha do céu,
– fazei que nossos irmãos e irmãs falecidos se alegrem eternamente em vosso reino na
companhia dos santos.
Pai nosso...

Oração
Ó Deus todo-poderoso, ao rendermos culto à Imaculada Conceição de Maria, Mãe de Deus e
Senhora nossa, concedei que o povo brasileiro, fiel à sua vocação e vivendo na paz e na justiça,
possa chegar um dia à pátria definitiva. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade
do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
O Senhor nos abençoe,
nos livre de todo o mal
e nos conduza à vida eterna. Amém.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O crucifixo no centro do altar


O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica no nº 218, faz a seguinte pergunta: "O que é a liturgia?" E responde:
A liturgia é a celebração do Mistério de Cristo e em particular do Mistério pascal. Nela, através do exercício do ofício sacerdotal de Jesus Cristo, com sinais se manifesta e se realiza a santificação do homem e é exercido pelo Corpo Místico de Cristo, que a cabeça e os membros, o culto público devido a Deus.
A partir desta definição, entendemos que o centro da ação litúrgica da Igreja é Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, e seu mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição. A celebração litúrgica deve ser a transparência dessa verdade teológica. Por muitos séculos, o símbolo escolhido pela Igreja para a orientação do coração e do corpo durante a liturgia é uma representação de Jesus crucificado.
A centralidade do crucifixo na celebração do culto divino é mais proeminente no passado, quando existia a tradição de que o padre e os fiéis durante a celebração eucarística estavam voltados para o crucifixo no centro, acima do altar, que era geralmente contra a parede. Para o costume de celebrar o atual "versus populum", muitas vezes, a cruz está localizada ao lado do altar, perdendo a sua localização central.
O então teólogo e cardeal Joseph Ratzinger, tinha reiterado que, mesmo durante a celebração "versus populum", o crucifixo devia se mantido na sua posição central, mas é impossível pensar que a imagem do Senhor crucificado - que exprime o seu sacrifício e então o significado mais importante da Eucaristia - pudessem ser de alguma maneira perturbadora. Depois de se tornar Papa, Bento XVI, em seu prefácio ao primeiro volume de sua "Gesammelte Schriften", disse que estava feliz pelo fato que se estava fazendo sempre mais vezes a sua proposta em seu famoso ensaio "Introdução ao Espírito da Liturgia". Esta proposta foi a sugestão de "não avançar com novas transformações, mas simplesmente pôr a cruz no centro do altar, para que esta possa assistir ao mesmo tempo sacerdote e fiéis, para serem orientados, assim, para o Senhor, a Quem nós oramos juntos."
O crucifixo no centro do altar nos mostra o esplendor do significado da sagrada liturgica, que podem ser resumidas no nº 618 do Catecismo da Igreja Católica, uma parte que termina com uma citação agradável de Santa Rosa de Lima:
A cruz é o único sacrifício de Cristo, "único mediador entre Deus e os homens" (1Tm 2,5). Mas, pelo fato de que, na sua Pessoa Divina encarnada, "de certo modo uniu a si mesmo todo homem" (Concílio Ecumênico Vaticano II, Gaudium et Spes, 22), "oferece a todos os homens, de uma forma que Deus conhece, a possibilidade de serem associados ao Ministério Pascal. (ibid.). Chama a seus discípulos a "tomar a cruz e a segui-lo" (Mt 16, 24), pois "sofreu por nós, deixou-nos um exemplo, a fim de que sigamos os seus passos" (1Pd 2, 21). Quer associar a seu sacrifício redentor aqueles mesmos que são os primeiros beneficiários dele. (cf. Mc 10,39 João 21,18-19; Col 1:24). Isto realiza-se de maneira suprema em sua Mãe, associada mais intimamente do que qualquer outro ao mistério do seu sofrimento redentor. (cf. Lc 2,35).

"Fora da Cruz, não existe outra escada por onde subir ao céu". (Santa Rosa de Lima, cf. P. Hansen, Vita mirabilis, Louvain 1668).

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Os franciscanos na Liturgia


Um dos costumes na Missa franciscana é o uso do amito sobre a cabeça, no lugar do barrete e celebrar a Missa de pés descalços ou de sandálias, mas nunca com sapatos. Tal costume surgiu somente no século XX, durante a segunda guerra mundial, em que os frades “disfarçaram-se” de Padres Seculares para não serem mortos. Na Europa em geral - e depois em todo o mundo - desde a Regra feita por São Francisco, “os frades podem usar calçados, de acordo com os lugares e regiões frias”, ou seja, apenas por questões de preservar a própria saúde física; mas em nenhum lugar ao longo da história houve o costume do uso de sapatos para as celebrações.
Outro costume, mas apenas da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos é a insersão, no Confiteor, do nome de São Francisco, após os demais santos. Tal provisão foi dada pelo Papa somente aos Capuchinhos, não aos frades da OFM nem aos Conventuais.
Ainda na OFMCap, usa-se, em sua particularidade litúrgica do rito romano, o incenso em algumas Missas de certas solenidades, mesmo que não seja uma Missa Solene nem uma Missa Cantada (lembrando que, na forma clássica do rito romano, o incenso só era usado nelas, nunca da Missa meramente rezada ou Missa baixa).
A Liturgia das Horas, entre os Capuchinhos, mas não entre os Menores nem entre os Conventuais, não era cantada com pautas gregorianas, mas em reto tom. Também comemoram, após as Completas, todos os dias, a Imaculada Conceição, São Francisco e Santo Antônio.
Todavia, essas particularidades litúrgicas franciscanas foram postas de lado quando todos os ramos da Ordem aderiram à reforma litúrgica de Paulo VI. O rito romano, que já era adotado, como vimos, ao ser reformado, continuou a ser observado. Mas se o rito romano anterior à reforma, entre os franciscanos, tinha certa adaptação, autorizada por Roma, o novo rito romano, de Paulo VI, pós-conciliar, não conservou essas particularidades.
Assim, o rito romano tradicional sofria certas derrogações na família franciscana, porém, com a reforma posterior ao Concílio Vaticano II, esse rito romano moderno passou a não mais contemplar tais variações.
Contudo, com o Motu Proprio Summorum Pontificum, de Bento XVI, dando liberação universal para os padres celebrarem o rito romano na forma tradicional – chamada pelo Papa de “forma extraordinária”, em contraponto à “forma ordinária” que é o rito romano moderno, pós-conciliar, levanta-se a questão da OFMConv, da OFM e da OFMCap. usarem suas particularidades quando celebram o rito antigo. Desse modo, um padre franciscano poderia utilizar a forma ordinária, a que está acostumado, vigente entre todos os padres latinos, contudo, se quiser utilizar a forma extraordinária, a “Missa tridentina”, cuidará de observar suas particularidades. Por exemplo, um padre capuchinho, celebrando a forma ordinária, seguirá o rito normal do Missal Romano, mas celebrando a forma extraordinária, seguirá o rito do Missal Romano-Seráfico, com a inserção do nome de São Francisco no Confiteor.
Outra questão que se poderia levantar, e isso mesmo antes do Summorum Pontificum, é a observância de certos costumes que não estavam nas rubricas e eram autorizados por Roma porque não feriam a unidade substancial do rito romano, como o celebrar descalços e o uso do amito na cabeça no lugar do barrete. Como o uso do barrete é facultativo no rito moderno, nada impede que se use um amito maior e cobrindo a cabeça, aliás, como era na Idade Média, dado que tal paramento era bem maior do que o que encontramos hoje. O celebrar descalços não pede autorização alguma, pois rubrica alguma determina o uso de tal ou qual sapato, além dessa ser uma tradição centenária da Ordem, que foi restaurada por certos grupos de espiritualidade franciscana não ligados à Ordem – como os Filhos da Pobreza e do Santíssimo Sacramento (Toca de Assis), os Franciscanos da Imaculada, os Franciscanos da Renovação, dentre outros.

A Missa

A Missa como todos sabemos é a renovação do Calvário sobre os nossos altares.Dizemos que a Missa é o sacrifício da Nova Aliança em Cristo Jesus.Ora nas páginas da Sagrada Escritura se fala de como foi contraída ou renovada a Aliança, entre Deus e os homens(o seu povo), encontramos sempre três elementos: comunicação da palavra de Deus ao povo reunido para escutar, oração coletiva e a oblação dum sacrifício que vem como que selar esta Aliança.

O mesmo vemos no rito sagrado da Missa.Convocado pela Igreja para a celebração do Santo Sacrifício, o povo cristão reúne-se em assembléia para cumprir o ato essencial da sua vida: ouvir, não uma palavra humana, mas a palavra de Deus, a mensagem divina que, no decurso do ano litúrgico, numa catequese especial que constitui a ante-missa, a Igreja lhe vai recordando; receber em seu espírito esta mesma palavra, numa atmosfera de louvores e orações qual se exige para serem aceitas;finalmente, renovar, pelo Sacrifício Eucarístico a eterna aliança em que a Vítima divina, imolada à glória do Pai, se dá em alimento ao povo dos redimidos.

É fácil descobrir o plano geral da Missa.

A celebração propriamente dita do sacrifício é precedida duma primeira parte, a "ante-missa", constituída por leituras, cantos, orações.Recorda-nos a liturgia da sinagoga, na Antiga Lei.Na segunda parte, temos o "sacrifício" proriamente dito, com o ofertório, a grande prece consecratória, que forma o Cânon e a comunhão.É a celebração da Eucaristia, o sacrifício novo da Nova Aliança.

P1. Que é a Santa Missa?


R. A Santa Missa é a renovação incruenta do Sacrifício do Calvário. É o mesmo e único sacrifício infinito de Cristo na Cruz, que foi solenemente instituído na Última Ceia. Nesta cerimônia ímpar, Cristo é ao mesmo tempo vítima e sacerdote, se oferecendo a Deus para pagamento dos pecados, e aplicando a cada fiel seus méritos infinitos.

P2. Por que dizemos que a Missa é a renovação incruenta do Sacrifício do Calvário?

R. Porque na Missa Nosso Senhor Jesus Cristo se imola novamente para nossa salvação, como Ele fizera no Calvário, embora na Missa seja sem sofrimento físico.

P3. Por que a Missa é chamada de "Santa"?

R. Porque nela é o próprio autor da santidade que se oferece como vítima, num sacrifício perfeito a Deus, e como alimento espiritual aos fiéis na Eucaristia, ou seja, a transubstanciação real do pão e do vinho no corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo

P4. Em que momento da Missa se realiza a transubstanciação das espécies de pão e vinho no corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo?

R. A transubstanciação se realiza no momento da consagração, quando o celebrante repete as palavras que Nosso Senhor pronunciou na última Ceia, ao consagrar o pão e o vinho, instituindo, assim, o sacramento da Eucaristia.

P5. Qual é a cerimônia religiosa e solene mais comum entre os católicos?


R. É a santa Missa.

P6. Por que a santa Missa é a cerimônia mais comum entre os católicos?

R. Porque, além de ser celebrada nos domingos e dias santos, quando há obrigação rigorosa de assisti-la, ela é celebrada diariamente e fortalece a piedade do cristão zeloso, em especial quando ele tem a graça de comungar.


P7. Além dos domingos e dias santos, podemos assistir a Missa em outras ocasiões?

R. Sim, e é proveitoso à alma também assisti-la em certas ocasiões especiais tais como:
a - nos aniversários de graças importantes recebidas;
b - nos dias da quaresma;
c - na quinzena pascal.

P8. Podemos assistir Missa diariamente?

R. Sim. Sempre que o fiel tiver a possibilidade e principalmente aqueles que receberam mais bênçãos dos céus e favores terrenos devem entender que seria até uma ingratidão não participar do oferecimento diário da grande vítima de ação de graças.

P9. Por que é conveniente e salutar assistir a Missa sempre que possível?

R. Porque todo o cristão, desejoso de ordenar sábia e piedosamente sua conduta, encontra na Missa o meio de consagrar pela oblação do corpo e do sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo os trabalhos e fadigas de cada dia, sem esquecer as obrigações do próprio estado. Além disto, a assistência freqüente implica em maior aproveitamento dos méritos de Cristo.

P10. Além da piedade e do fervor, que outros motivos nos levam a assistir a Missa?

R. Além da piedade e do fervor os cristãos se reúnem com prazer ao redor do altar do sacrifício por muitos motivos, como:

a - no início de cada ano, para agradecer e renovar os votos desta época;
b - em certas festas religiosas, para estreitar os laços de família e a piedade filial;
c - no dia dos mortos, para resgatar os pecados do passado com as esperanças de melhor porvir;
d - para conseguir êxito em determinado empreendimento;
e - para a saúde de uma pessoa;
f - para que se difunde a graça de Deus na união dos esposos;
g - para oferecer ao Senhor uma criança que acaba de nascer e a mãe que deu a luz;
h - para acompanhar diante dos altares os despojos mortais de nossos irmãos, antes de sepultá-los.

P11. A Missa, então, é motivo para tudo?

R. Sim. Resumindo, podemos dizer que a Missa é a consagração e santificação de todos os momentos graves, solenes e importantes da nossa vida.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

"Entender tudo na missa é preciso?"


Este estudo é baseado no artigo "Mitos Litúrgicos", que escrevi e foi revisado por Sua Excelência Reverendíssima Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo da Diocese de Frederico Westphalen (RS). O artigo lista 32 idéias equivocadas sobre a Sagrada Liturgia e contra-argumento com a palavra oficial da Santa Igreja. Foi publicado em Fevereiro de 2009 e pode ser lido na íntegra em:


http://www.salvemaliturgia.com/2009/04/mitos-liturgicos.html


Nesta vigésima postagem, postamos o Mito 20, juntamente com um comentário atual a respeito, aprofundando o assunto.


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Mito 20:


"Para participar bem da Missa é preciso entender a língua que o padre celebra"


Não é.


Embora possa ser útil compreender a língua que o padre celebra (e por isso são amplamente divulgados os missais com tradução em latim / português, nos meios em que a Santa Missa é celebrada em latim), o principal é contemplar o Mistério do Santo Sacrifício que se renova no altar, e para isso não é necessário compreender todas as palavras.


Missa não é jogral.


O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, afirma ("O sal da terra"):

"A Liturgia é algo diferente da manipulação de textos e ritos, porque vive, precisamente, doque não é manipulável. A juventude sente isso intensamente. Os centros onde a Liturgia é celebrada sem fantasias e com reverência atraem, mesmo que não se compreendam todas as palavras." ---


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Comentário sobre este ponto (24/09):


Vemos hoje muitos se rejubilarem em ver o latim "supultado", dizendo com entusiasmo:

"Graças a Deus que hoje Missa é português, antigamente era latim e ninguém entendia nada!"


Ora, e hoje, que a Missa é em português, quem entende o que é a Santa Missa?


Quem sabe hoje que ela é a Renovação do Santo Sacrifício de Cristo e o que isso significa?


Pois a Santa Missa é a Renovação do Seu Único e Eterno Sacrifício, consumado de uma vez por todas na cruz e tornado presente no altar, oferecido a Deus Pai, pois pelas mãos do sacerdote; pois na Santa Missa, Nosso Senhor Jesus Cristo está presente verdadeiramente no Santíssimo Sacramento do Altar, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, nas aparências do pão e do vinho, como afirma o Catecismo da Igreja Católica, n. 1362-1377; 1411).


Será mais gente do que na época que as Missas eram em latim?


Como escreveu o Dr. Rafael Vitola em artigo na postagem anterior desta série:


"Na Missa não precisamos entender as palavras, precisamos entender é o que está acontecendo. De outra sorte, pergunto: é preciso que o povo entenda as PALAVRAS da Missa? Não! O que é preciso é entender a PRÓPRIA Missa! Todos entendemos todas as palavras da Missa? Claro que não. Há muitas passagens de altíssima teologia, que quase ninguém entende.Mas isso não nos impede de colher frutos da Missa. Se o entendimento das palavras da Missa fosse necessário para cresceres espiritualmente e para apreenderes os frutos da liturgia, então só doutores em teologia iriam à Missa, só eles se beneficiariam. (...) Importa entender que a Missa é o Sacrifício da Cruz e nos unirmos a esse atosublime. Não importa entender o que as palavras da Missa dizem. Ajuda? Sim, podeajudar, mas importar não importa. E quem quiser acompanhar as palavras podedecorar a Missa em latim, como decora o português, e ainda acompanhar pelos missais e folhetinhos.(....) O motivo de muitos não gostarem do latim é por não terem entendido o que é a Missa, ainda. A Missa é PARA DEUS, não para os homens. Não somos nós que temosde entender as palavras, mas Deus."


Realmente, como falmamos anteriormente, a Santa Missa, em essência, é para Deus e não para os fiéis, pois ela é a Renovação do Santo Sacrifício de Nosso Senhor, oferecido a Deus Pai pelas mãos do sacerdote. Embora, como foi dito, os fiéis que participam da Santa Missa se beneficiam. Pois na Missa, Nosso Senhor "se sacrifica sem derramamento de sangue, e nosaplica os frutos da sua Paixão e Morte." (Catecismo de São Pio X, n. 254) Assim, nós somos BENEFICIÁRIOS da Missa, mas o DESTINATÁRIO é Deus.

Essa consciência de que A MISSA É PRA DEUS, certamente, é um dos elementos que falta para muitos compreenderem o valor do latim.


Porém, vamos também um outro elemento no homem moderno, de natureza esssencialmente anticristã e mesmo antireligiosa, que é barreira para o latim na Liturgia: o RACIONALISMO.


Em que sentido se dá esse racionalismo?


Antes de explicitarmos a resposta, importa compreender que a Doutrina Católica defende um equilíbrio entre a fé e a razão. O saudoso Papa João Paulo II escreve que "a fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade." (Fides et Ratio, 1) Antes disso, o Concílio Vaticano I (1797) em 1870 já havia definido a respeito da fé e da razão: "Jamais pode haver verdadeira desarmonia entre uma e outra, porquanto o mesmo Deus que revela os mistérios e infunde a fé, dotou o espírito humano da luz da razão".


Pela luz natural da razão, podemos compreender que Deus existe. O Concílio Vaticano I (n. 1785) definiu que a "Santa Igreja crê e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana, por meio das coisas criadas." Também pela razão podemos identificar os sinais da Revelação de Deus em Nosso Senhor Jesus Cristo, através dos milagres de Nosso Senhor e dentro da Sua Santa Santa Igreja, e das evidências históricas da Origem Divina da Igreja (Catecismo da Igreja Católica, n. 156). Pela fé, que é a uma adesão da inteligência e da Vontade à Verdade revelada por Deus em Nosso Senhor, podemos conhecer algo a mais da Verdade a respeito de Deus e de nós, além do que a luz natural da razão revela (Catecismo da Igreja Católica, n. 155).


O "fideísmo" (fé sem razão) é um desequlíbrio, é comum o vermos em declarações que expressam uma mentalidade de origem protestante e gnóstica, que desmerecem a matéria, o ser humano e a razão humana, com frases do tipo: "Não estude, senão você vai perder a fé!"


O desequilíbrio oposto é o "racionalismo" (razão sem a fé), que tem o seu grau mais extremado no ateísmo ("não é possível provar pelo método científico que Deus existe, logo, Deus não existe...") e no agnosticismo ("não é possível provar pelo método científico que Deus existe, logo, não podemos saber se Deus existe"), que é um ateísmo prático; ou mesmo no relativismo pós-moderno, onde a razão, já divorciada da fé, busca certezas matemáticas daquilo que ela não pode dar e acaba negando-se a si mesmo, afirmando que e a verdade não pode ser conhecida de maneira objetiva, então cada um tem a "sua verdade"; ou seja, a razão sem a fé logo acaba distorcida e negando a própria razão.


Entretanto, este racionalismo, que teve a sua maior manifestação à partir do iluminismo, influenciou os próprios católicos e certas correntes teológicas, e mesmo a teologia litúrgica.

De clara influencia racionalista é, por exemplo, a pretensão de "querer abarcar toda a realidade" dentro da nossa cabeça, e por isso, querer tirar de cena aquilo que é Mistério e o que aponta para o Mistério.

Ora, Deus não cabe dentro de nossa cabeça, e para nós, Nele sempre haverá Mistério!


Esta tendência racionalista, de tirar o Mistério, acontece mesmo dentro do campo litúgico, onde vemos a pretensão de eliminar aquilo que "nem sempre compreendemos" e que aponta para o Mistério de Deus, que é algo que nossa razão não consegue abarcar completamente. E este é um dos motivos da oposição ao latim, ao esplendor, ao incenso...

Rafael Vitola Brodbeck, diretor do nosso blog, em um artigo publicado a alguns meses atrás, aborda esta temática no campo litúrgico, da seguinte forma:

"Em um país de esmagadora maioria de analfabetos, iríamos eliminar as letras, os sinais de pontuação, a gramática? Se a resposta ao analfabetismo é a alfabetização, a resposta a um século que não lê os símbolos é ensinar-lhes o seu significado, não propor seu banimento! O homem advindo do racionalismo não entende os símbolos, não é capaz de aprofundar no belo, vê o fausto e o esplendor como farisaísmo estéril ou triunfalismo."


O mesmo assunto foi abordado também alguns meses atrás em artigo de nosso blog por Taiguara Fernandes de Sousa, também membro da nossa equipe, onde ele afirma:

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"O homem moderno parece ter uma necessidade de entender tudo, de saber de tudo. O homem moderno acha-se tão superior que não admite mistérios, não admite símbolos, não admite segredos. Hoje, efetivamente, como aos pagãos, poder-se-ia falar na “loucura da Cruz” (I Coríntios 1,18) porque, para o homem racionalista moderno, um mistério tão grandioso como a Salvação dos homens na Cruz por Cristo, como a Transubstanciação na Missa, um Deus assim tão inefável e transcendente, que não cabe na mente humana, seria uma loucura. (...)

A Missa, na cabeça de muitos, deixou de ser Mysterium Fidei e passou a ser Mysterium rationis, mistério da razão; isso causa conseqüências nefastas: seria preciso adaptar a Liturgia À melhro maneira de o homem entendê-la, pois ela é um mistério de sua razão; o homem é posto no centro, e Deus daí é retirado; o antropocentrismo penetra, e com ele os abusos. (...)


Por que esta necessidade de que o homem saiba por seus sentidos de tudo que se passa? É o racionalismo que penetrou na Missa; o homem agora não se contenta com o Mistério, precisa ouvir tudo, saber de tudo; sua razão orgulhosa não permite que ele não saiba de tudo. (...)


A rejeição do latim por muitos fiéis, sacerdotes e Bispos é também reflexo da penetração do racionalismo. O latim que possui profundo sentido teológico: além de ser a conexão com as inúmeras gerações passadas da Igreja, preserva melhor o sentido dos textos, protege-os das evoluções das línguas vernáculos e, assim, das corruptelas de doutrina, além de ser a língua da Igreja de Roma, o que demonstra perfeitamente a comunhão com esta Igreja, “com a qual todas as outras Igrejas devem se conformar”, segundo Santo Irineu. O Papa Beato João XXIII, na Constituição Apostólica Veterum Sapientia, dá inúmeras razões para que o latim permaneça como a língua da Liturgia. Paulo VI lamentou sua perda diversas vezes. João Paulo II quis recuperá-lo. Bento XVI permanece na luta pelo seu resgate. O latim, por não ser uma língua do cotidiano, expressa muito bem o Mistério de Deus: inefável e incompreensível em sua Majestade, a Deus a Igreja não se dirige como se dirige ao povo, na sua língua pátria; a Igreja se dirige a Deus por uma língua própria para Ele, uma língua solene, uma língua que a razão humana tem dificuldade de entender, como tem dificuldade de entender a Deus. Por isso mesmo o latim cria um ambiente de solenidade, de transcendência, de sagrado, de Mistério. Mysterium Fidei. Mas rejeita-se o latim, apesar de seu profundo sentido. A justificativa para essa rejeição injustificável? É comumente dito que “o povo não entende”. Esta justificativa é denúncia máxima da penetração do racionalismo na Liturgia. Por que o povo precisa entender tudo na Missa e não apenas o essencial – como de Deus não entendemos tudo, mas só o essencial, que Ele mesmo nos revelou? Por que é preciso que o povo saiba o que se diz a cada ato? Por que é necessário que o povo escute claramente cada palavra, que a razão humana entenda todo o texto, em seus mínimos detalhes? Porque, para o homem moderno, nada tem razão de ser se não passa pela sua razão; o homem moderno tem que entender tudo, sua ambição é pela onisciência. (...)... e, assim, não se nota que o sentido máximo da Liturgia não está dentro da mente humana, que a Liturgia tem seu sentido maior justamente fora da mente humana, em Deus, que é Mistério. (...)


Para resolver o problema do racionalismo, um dos primeiros e mais imediatos passos é a restauração do latim na celebração a Missa Nova e sua preferência em relação às línguas vernáculas. (...)

Mas nada disso adiantará se não for feita uma reforma das convicções do homem moderno. É preciso que o católico moderno não caia na tentação de idolatrar-se ou idolatrar sua razão, como tristemente faz a Modernidade, em seu infeliz racionalismo. É preciso reconhecer nossa pequenez diante de Deus, a pequenez de nossa razão perante o Seu Mistério. Em suma, é preciso ter humildade. Ir à Missa com humildade e reconhecer-se pequeno, indigno. Essa é uma atitude de todo necessária para consertar este grave problema do racionalismo na Liturgia, que tantas más e graves conseqüências vem provocando. A Liturgia não é mysterium rationis ou mysterium populi: ela é Mysterium Fidei, expressão do Mysterium Dei."


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Para exemplificar todo esse caráter "mistérico" da Santa Missa, olhemos para diferentes maneiras de expressar isso em diferentes formas litúrgicas.

Cito, para isso, mais uma vez o Taiguara, no mesmo artigo mencionado:


"Na forma tradicional do Rito Romano, todo o Ofertório e o Cânon eram rezados em voz baixa, de forma que só o sacerdote o pudesse ouvir, mas não o povo. O sentido é de que esta Oração santíssima deveria ser envolvida em mistério, preservado do barulho mundano, resguardado pelo sacerdote num manto de silêncio sagrado, como era resguardada por um véu a Arca da Aliança no Templo. No Oriente ainda há Ritos cuja Consagração é celebrada em completo mistério no interior de um presbitério, sem que o povo possa vê-lo ou ouvi-lo. Hoje em dia há quem se escandalize em saber que na Missa Tradicional o povo não ouve o Cânon. (....) Por que esta necessidade de que o homem escute tudo? Por que esta necessidade de que o homem saiba por seus sentidos de tudo que se passa?"


No oriente, vela-se o presbitério para expressar o Sagrado.


Na tradição do Ocidente, vela-se a voz para expressar o Sagrado.


São diferentes formas de manifestar o Mistério.


É neste contexto de indicar com sinais aquilo que é Sagrado que a Santa valoriza o latim: uma língua especial, mistérica.


Complementando ainda as afirmações de Rafael e Taiguara, é curioso observar que hoje, ao mesmo tempo em que se exclui da Liturgia o latim por "o povo não entender tudo", se valoriza em ambientes católicos e protestantes formas de oração em que os fiéis se dirigem a Deus com sons inexprimíveis...

Uma pequena partilha pessoal:

Quanto escrevi no artigo a frase "Missa não é jogral", pensava comigo: o Mistério Eucarístico é algo muito mais profundo do que simplesmente ler, escutar e estender textos. Isso é só a casca.

Mas infelizmente, vejo que a Santa Missa é vivida assim por muita gente, e talvez pela falta de testemunho da nossa parte.

Eu lembro que quando criança eu achava muito entediante ir a Santa Missa, e em parte, atribuo isso também a falta de sacralidade e de mística das Missas que ia. Parecia que era vivido no ambiente como um jogral, onde se lê, se escuta, se canta...

E vejam: NÃO estou dizendo isso necessariamente pela falta do latim, mas pela falta de sacralidade e esplendor em geral.

É uma consciência litúrgica que se precisa despertar para compreender o valor do latim: contemplação, adoração, Sacralidade, Mistério, em oposição ao racionalismo e ao relativismo que nos cerca.

Contudo, tendo visto esse signficado litúrgica das coisas, vejamos agora a nossa realidade pastoral. Como vimos na postagem anterior, O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI (no livro "O sal da Terra", de 1996), reconhece que a "nossa cultura mudou tão radicalmente nos últimos trinta anosque uma liturgia celebrada exclusivamente em latim envolveria um elemento de estranheza que, para muitos, não seria aceitável."


O que queremos NÃO é acabar com acabar com a língua vernácula, mas promover a língua latina. Penso que um dos caminhos é investir no uso do latim (talvez apenas durante a Liturgia Eucarística, em um primeiro momento) ***quando o público é suficientemente formado e preparado para isso*** - por exemplo, nas Misssas celebradas para alguns institutos, comunidades e grupos particulares.


O "Cardeal (Francis Arinze, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramento) também sugeriu que as paróquias maiores tenham uma Missa em latimpelo menos uma vez por semana e que as paróquias rurais e menores a tivessem pelo menos uma vez ao mês." (ACI Imprensa, 16 de Novembro de 2006)

Um dos caminhos também é avaliar a possibilidade promover em paróquias Missas em Latim (talvez apenas durante a Liturgia Eucarística, em um primeiro momento), talvez começando, por exemplo, uma vez por mês ou a cada dois meses, talvez em um ***horário alternativo*** (ou seja, em um horário onde normalmente NÃO haja Missa, para que os que não apreciem o latim não sintam-se constrangidos).

Se o público da paróquia estiver suficientemente preparado e formado, pode-se partir para a iniciativa de algumas Missas em Latim (talvez também apenas durante a Liturgia Eucarística, em um primeiro momento) nas principais Solenidades Litúrgicas do ano (como Páscoa, Natal, Corpus Christi, Maria Mãe de Deus...), para posteriormente ir tornando mais frequentes essas celebrações em latim.


Algo que penso ser bastante útil, para estas novas experiências litúrgicas, é ter nesse casos os livrinhos ou folhetos com a tradução "latim /português", para todos acompanharem o Rito (embora, como o Santo Padre falou na citação mais acima, NÃO seja estritamente necessário entender cada apalavrinha)...


Nas aparições da Santíssima Virgem em Fátima (Portugal, 1917), oficialmente reconhecidas pela Santa Igreja, quando o Anjo apareceu para as crianças, antes da Virgem aparecer, ele trazia consigo uma Hóstia Consagrada. Prostrando-se por terra, ensinou a elas a seguinte oração:


"Meu Deus: eu creio, adoro, espero-vos e amo-vos. Peço-vos perdão por aqueles que não crêem, não adoram, não esperam e não vos amam."


Que a Grande Mãe de Deus, Mãe da Eucaristia, pela Sua Poderosa Intercessão, nos conceda a graça de crer, adorar, amar e zelar pelo Santíssimo Corpo do Deus-Amor Sacramentado e pelo Santo Sacrifício da Missa...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O Sacramento da Ordem


O "Filho do Homem" foi ungido sacerdote, no próprio momento em que, baixando do céu ao ventre da Virgem, deu cumprimento ao inefável mistério da Incarnação.Na festa da Anunciação, se comemora o aniversário da Consagração de Cristo, o "Ungido", por excelência. Mas foi sobretudo no Calvário e na última Ceia, que Jesus, sacerdote e vítima, consumou o ato supremo de seu sacerdócio. E a, seguir, no dia da Ascenção, em memória do sumo-sacerdote que entrava no verdadeiro Santo dos Santos,com o sangue das vítimas, Ele entrou no verdadeiro Santo dos Santos da Jerusalém celeste, fazendo patentes ao Pai as suas gloriosas chagas, etornando-se nosso eterno mediador.

Mas se no "altar dourado" de sua santa humanidade, no dizer de São João, a Deus oferece os méritos da cruz, no "altar de pedra" das nossas igrejas, Ele se oferece também, pelo ministério dos sacerdotes, sob as espécies do pão e do vinho que figuram a separação do Corpo e Sangue na Cruz. É por sua divina virtude que se opera o admirável mistério da transubstanciação; é por Ele também que os sacramentos logram eficácia, porque Jesus Cristo, embora oculto a nossos olhos, é deles agente principal, e mediador eterno entre Deus e os homens.Os sacerdotes são apenas instrumentos, causas segundas com eficiência ministerial, cuja dignidade é a participação do sacerdócio segundo a ordem de Melquisedec, de que Cristo teve a plenitude.
Mas esta participação tem seus graus.O caráter sacerdotal que, muito de perto, assemelha o homem ao Mediator Dei, não se imprime na alma duma só vez, mas, a espaços; alcança suprema perfeição no Episcopado, e, entre os bispos, o Papa tem todo o poder de jurisdição. Estes diversos graus de iniciação ao sacerdócio de Jesus Cristo mantêm entre si diferenças, porque se associam mais ou menos de raiz aos divinos mistérios o participante, deputado ao Santo Sacrifício da Missa, em que se oferece a Deus o corpo real de Cristo, morto na Cruz, e aos sacramentos em que se aplica os frutos da Redenção a seu Corpo Mísitico.
A transmissão deste sacerdócio faz-se por ritos adotados pela Igreja no curso dos séculos, e dividem-se atualmente em três ordens.

[...]"E começastes a preparar-vos, começastes a caminhar para a sua realização. O caminho para o sacramento da Ordem, que hoje recebeis das minhas mãos, passa através de uma série de etapas e ambientes, de que fazem parte a casa de família, os anos da escola elementar e preparatória, como também os estudos superiores, o ambiente dos amigos, a vida paroquial. Antes de mais, porém, encontra-se neste caminho o Seminário eclesiástico, ao qual todos nos dirigimos a fim de encontrar uma resposta definitiva à pergunta respeitante ao chamamento para o sacerdócio. Cada um de nós ali vai, no intuito de que, ouvindo tal resposta, cada vez mais claramente se possa preparar, ao mesmo tempo de maneira sistemática e profunda, para o sacramento da Ordem.

Hoje, tendes já sobre os ombros todas estas experiências. Já não perguntais como o jovem do Evangelho: Bom Mestre, que devo fazer? (Mc. 10, 17). O Mestre ajudou-vos a encontrar a resposta. Apresentais-vos a encontrar a resposta. Apresentais-vos para que a Igreja possa imprimir, nesta resposta, o seu selo sacramental."[...]

[...]"Este selo imprime-se mediante toda a liturgia do Sacramento da Ordem. Imprime-o o Bispo, que age com a força do Espírito Santo e em comunhão com o seu presbitério.

A força do Espírito Santo vem indicada e transmitida pela imposição das mãos, seguida primeiro do silêncio e depois da oração. Como sinal da transferência desta força para as vossas mãos jovens, estas serão ungidas com o Santo Crisma, de modo a tornarem-se dignas de celebrar a Eucaristia. As mãos humanas não podem celebrar de outro modo senão na força do Espírito Santo.

Celebrar a Eucaristia quer dizer reunir o Povo de Deus e construir a Igreja na sua mais plena identidade."[...]
Homilia do Santo Padre o Papa João Paulo II, no dia 24 de junho de 1979, dia de São João Batista, no qual ordenou sacerdotes

Fonte: Igreja Santa.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ajoelhar-se na Missa ajuda a vencer idolatria, explica perito em liturgia


O perito em liturgia e arte sacra, Monsenhor Marco Agostini, assegurou que ajoelhar-se na Missa é uma boa maneira de vencer a idolatria pois é uma resposta do homem à "Epifania de Cristo".

Mons. Agostini, oficial da segunda seção da secretaria de Estado e um dos mestres de cerimônia pontifícios, escreveu no jornal L'Osservatore Romano, que os formosos pavimentos de muitas igrejas antigas foram "feitos para os joelhos dos fiéis" como um "tapete perene de pedras" para a oração e a humildade.

"Hoje os genuflexórios desapareceram em muitas igrejas e se tende a remover os balaustres diante dos quais alguém podia se aproximar da comunhão de joelhos", sustenta o perito segundo uma tradução do texto divulgada pelo vaticanista Sandro Magister.

"Entretanto no Novo Testamento o gesto de ajoelhar-se apresenta cada vez que se apresenta a divindade de Cristo a alguém: pense-se por exemplo nos Magos, o cego de nascimento, a unção de Betânia, a Madalena no jardim na manhã de Páscoa", acrescenta Mons. Agostini.

O perito recorda que "Jesus mesmo disse a Satanás, que queria impor-lhe uma genuflexão equivocada, pois só a Deus se deve dobrar o joelho. Satanás pede ainda hoje que se escolha entre Deus ou o poder, Deus ou a riqueza, e trata ainda mais profundamente. Mas assim não se dará glória a Deus de maneira nenhuma; os joelhos se dobrarão para aqueles que o poder lhes favoreceu, para aqueles aos quais se tem o coração unido através de um ato".

"Voltar a ajoelhar-se na Missa é um bom exercício de treinamento para vencer a idolatria na vida, além de ser um dos modos da ‘actuosa participatio’ dos que fala o último Concílio. A prática é útil também para perceber a beleza dos pavimentos (ao menos dos antigos) de nossas igrejas. Frente a alguns dá vontade de tirar os sapatos como fez Moisés diante de Deus que lhe falava da sarça ardente", assinala.

Para Magister, "ajoelhar-se hoje –especialmente sobre o piso– caiu em desuso. Tanto é assim que suscita surpresa o desejo de Bento XVI de dar a comunhão aos fiéis na boca e de joelhos".

"Mas mais que de uma novidade, se trata de um retorno à tradição. As outras são o crucifixo ao centro do altar, ‘para que todos na missa olhem para Cristo e não para uns aos outros’, e o uso freqüente do latim ‘para sublinhar a universalidade da fé e a continuidade da Igreja’", explica Magister.

O vaticanista sustenta que "perdeu-se de vista também o sentido da pavimentação das igrejas. Tradicionalmente muitas delas foram ornamentadas precisamente para servir de fundamento e guia à grandeza e profundidade dos mistérios celebrados".

"Hoje poucos são os que advertem que pavimentos tão formosos e preciosos são feitos também para os joelhos dos fiéis: um tapete de pedra sobre o qual prostrar-se diante do esplendor da epifania divina", acrescenta.

Fonte: ACI digital

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Aniversário do Motu Proprio Summorum Pontificum



Com a graça de Deus, comemoramos o dia dos três anos de aplicação do Motu Proprio Summorum Pontificum do Papa Bento XVI, que permitiu que todos os padres celebrassem a Missa, anterior à Reforma de 1962, sem pedir uma prévia autorização episcopal.

A data em que foi assinada a bula papal Summorum Pontificum é datada do dia 7 de julho de 2007, mas a sua entrada em vigor começou no dia da Exaltação da Santa Cruz,14 de setembro de 2007,ou seja, faz-se três anos então que a Missa Gregoriana foi liberada por Sua Santidade e inunda de graças o mundo inteiro.

[...] "A última versão do Missale Romanum, anterior ao Concílio, que foi publicada sob a autoridade do Papa João XXIII em 1962 e utilizada durante o Concílio, poderá, por sua vez, ser usada como Forma extraordinária da Celebração Litúrgica. Não é apropriado falar destas duas versões do Missal Romano como se fossem «dois ritos». Trata-se, antes, de um duplo uso do único e mesmo Rito".[...]
Trecho da Carta de Bento XVI aos bispos que acompanha o Motu Proprio


Para ler o Summorum Pontificum clique aqui, e para ler a carta aos bispos sobre este documento clique aqui.

Fonte:Igreja Santa

Nos autem gloriári opórtet in Cruce Dómini Nostri Jesus Christi



É chegado O grande dia! Celebramos hoje a festa da Exaltação da Santa Cruz.

Esta festa vem nos recordar por primazia que a Cruz de Nosso Senhor é fonte de santidade e símbolo revelador da vitória de Jesus sobre o pecado, a morte e o demônio; também na Cruz encontramos o maior sinal do amor de Deus, por isso :


"Nós, porém, pregamos um Messias crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos " (I Cor 1,23)

A festividade de hoje teve primeiramente por objeto único a invenção da Santa Cruz, levada a efeito por Santa Helena, mãe do imperador romano Constantino,e a dedicação das basílicas constantinas(uma, construída sobre o Monte do Gólgota e outra, no lugar em que Cristo Jesus foi sepultado e ressuscitado pelo poder de Deus) que foram consagradas no dia 14 de setembro. Porém outro acontecimento nos faz memória neste dia. Diz que em 629 a cruz foi restituída pelos persas e em 615,Cósroas, rei dos persas, apoderara-se de Jerusalém e da relíquia da Santa Cruz. Quatorze anos depois, o imperador Heráclio derrotou Cosroas e exigiu dele a entrega da preciosa relíquia. Entrando em Jerusalém, quis levar ele mesmo a S.Cruz com grande pompa real para repor no Calvário.Caminhava coberto de pedrarias e ouro com a Cruz do Senhor às costas, quando, de repente, às portas de Jerusalém que dão para o Calvário, se sentiu preso por uma força invisível que não o deixou prosseguir.Zacarias, Bispo de Jerusalém, e testemunha fiel do fato, advertiu então: "com estas vestes, estais longe de imitar a pobreza de Jesus Cristo e a humildade com que levou a Cruz". Heráclio despojou-se então de suas roupas e tomou para si um manto ordinário, tirou os seus sapatos e só assim conseguiu continuar levando a Cruz de Nosso Senhor.

A morte de Jesus na cruz foi simultâneamente o seu triunfo e sacrifício. Ele o predissera na véspera de sua paixão: "é agora que o príncipe deste mundo será lançado fora: e quando eu Me elevar da Terra, tudo atrairei a mim".


Nós, porém devemo-nos gloriar na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, de Quem nos vem a salvação,a vida e a ressurreição; por Quem somos salvos e livres.

Fonte:Igreja Santa

A Festa da Exaltação da Santa Cruz



"Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna.

Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3,13-17)

O mistério da cruz! Glória, suplício e tentação de escândalo para os cristãos; loucura inaceitável, insanidade deplorável para o mundo!

Na Sexta-feira Santa, durante a solene celebração da Paixão do Senhor, há um rito impressionante, comovente: o diácono, igreja adentro, traz uma cruz velada... e três vezes, descobrindo-a pouco a pouco, proclama, cantando: “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo!” Frase estupenda, escandalosa, impressionante: no absurdo da cruz, na derrota da cruz, a Igreja proclama, que brotou a vida do mundo! Como pode ser? Naquela celebração, o povo, de joelhos, responde ao diácono: “Vinde, adoremos!” É belo, este rito; é comovente! Mas, como é difícil, como é dolorosa, na nossa vida e na vida do mundo, a realidade que ele exprime – o mistério da cruz, de uma humanidade crucificada, de um mundo crucificado!

A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo está no centro da nossa fé, pois, por ela, o Senhor Jesus venceu a nossa morte e ingressou na vida de ressurreição. Por isso, São Paulo exclama: “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6,14). Mas, o que é a cruz? É uma tragédia, é um sinal de derrota, é resultado de uma injustiça miserável, é silêncio de Deus, que parece esquecer a dor do Filho e se cala diante da maldade, do pecado e da morte. A cruz de Jesus, em si mesma, é um terrível escândalo... em si mesma, seria sinal que Deus não existe e, se existe, não liga para a dor humana, para a injustiça que massacra o inocente... Na cruz de Cristo está significada toda a cruz do mundo e da humanidade: a cruz do inocente que sofre, a cruz dos órfãos, dos que morrem na guerra, a cruz dos pobres, sem nome, sem vez nem voz... Na cruz do Senhor estão tantos povos e raças oprimidos, dizimados pela ganância e pelo ódio... Na cruz de Cristo está simbolizada toda dor, todo fracasso, toda solidão, todo peso do mundo... Na cruz do Senhor está tudo aquilo que nos deixa com uma pergunta presa na garganta: “Por que tanta dor, tanto sofrimento, tanta injustiça? Por que Deus se cala? Por que permite? Onde ele está?” Não pode compreender o mistério da cruz quem não se deixa atingir e questionar por estas perguntas, por estas dores, por estes prantos! Não pode proclamar o triunfo do Senhor quem não suportou o absurdo da cruz do Senhor! A cruz não é um ornamento, uma brincadeira; a cruz é um ícone, um símbolo, uma parábola impressionante e dolorosa! Na cruz está significado tudo aquilo que tanto nos apavora! E, no entanto, Jesus diz, no evangelho de hoje, que era necessário passar pela cruz: “Do mesmo modo que Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado...” (Jo 3,14).

Palavra impressionante, confirmada após a ressurreição: “Não era necessário que o Filho sofresse tudo isso e assim entrasse na sua glória?” (Lc 24,26). Por que era necessário? Por que no caminho do Cristo e do cristão tem que estar a cruz, bendita e maldita? Por quê? E Para quê?

Para mostrar-nos até onde o pecado nos levou e até onde o amor de Deus está disposto a ir por nós.

Vivemos num mundo crucificado, somos uma humanidade crucificada, porque nos afastamos da vida, que é Deus. Como o povo de Israel no caminho do deserto, que perdeu a paciência e murmurou contra o Senhor (cf. 1a. leitura), assim a humanidade foi e vai se fechando para o Deus da vida e foi e vai encontrando a morte. Quantas serpentes venenosas mordem nossa existência! Mas, Deus não se cansou de nós: “Amou tanto o mundo que entregou o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer, não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Era necessário! Era necessário mostrar a gravidade do nosso pecado, da nossa loucura de querer construir nossa existência sem Deus. Era necessário também mostrar até que ponto Deus nos leva a sério, até que ponto sofre conosco, até que ponto nos é solidário: ele não explica o sofrimento; silenciosamente, toma-o sobre os ombros, sofre conosco até o mais baixo da humilhação, da solidão e da dor: “Ele esvaziou-se de si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto de homem, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,7). No seu Filho único e querido, o Pai se condói com nossa dor, “com-sofre” conosco, como Deus de “com-paixão”. Ninguém, contemplando a cruz, pode pensar que Deus é indiferente e frio ante o sofrimento do mundo. Ele não nos explica o sofrimento; toma-o sobre os ombros, silencioso e cheio de dolorido amor e piedade! Contemplar o mistério da cruz é levar a sério que existe dor e miséria no mundo; é deixar-se tocar por todo sofrimento humano... mas é também compreender que Deus assumiu tudo isso em Jesus crucificado e venceu tudo isso na ressurreição. Contemplar a cruz dá-nos a graça de nunca perder a esperança, mesmo diante dos maiores percalços. Quem contempla a cruz, não perde a confiança em Deus, não se desespera, não se despedaça: “Do mesmo modo que Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos aqueles que nele crerem (que o contemplarem), tenham a vida eterna” (Jo 3,16). A cruz, portanto, joga-nos na realidade da vida e do mundo - realidade crua.... mas, cheios de esperança, pois sabemos que Cristo fez dela, da cruz, um sinal de amor e ressurreição.

Por isso a cruz era necessária; por isso Paulo não queria gloriar-se a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo; por isso hoje louvamos o mistério da cruz; por isso nos dispomos a não só traçar o sinal da cruz sobre nós com devoção, mas a viver nossa cruz unidos a Cristo, invencíveis na esperança da ressurreição; por isso cantamos hoje com a Igreja:

A Bandeira do Rei desfila
Brilha o mistério da cruz
Pelo qual a vida aceitou a morte
E pela morte deu a vida.


Vida ferida pelo golpe mortal
da lança dos pecados
Para lavar as nossas manchas
Derramou água e sangue.

Realizou-se o que David
Cantou em seu belo poema;
Anunciando a todos os povos;
"Deus reinou no madeiro da Cruz"


A árvore linda e esplêndida
Decorada com a púrpura do Rei
Escolhida de uma digna raiz
Para sustentar o Santo Corpo.


Feliz em seus braços
Pendura o Prêmio dos seculos:
Fazendo um suporte do corpo
Tirou a prensa do inferno.


Salve! Ó Cruz única esperança,
Neste tempo da paixão,
Aumenta a graça dos justos,
Apaga os pecados dos reus,


A ti Trindade fonte de salvação
Louvem todos os espiritos,
Ao que a vitória da Cruz
Deste, dai tambem a gloria, Amém


(Vexilla regis prodeunt - Hino - Vésperas)

Autor: Dom Henrique Soares da Costa

Fonte: Deveres Religiosos
Extraído de :Igreja Santa

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