sábado, 6 de novembro de 2010

A santidade não é luxo, mas uma necessidade!

Esta Solenidade de Todos os Santos vem do século IV. Em Antioquia celebrava-se uma festa por todos os mártires no primeiro domingo depois de Pentecostes. A celebração foi introduzida em Roma, na mesma data, no século VI, e cem anos após era fixada no dia 13 de maio pelo papa Bonifácio IV, em concomitância com o dia da dedicação do “Panteon” dos deuses romanos a Nossa Senhora e a todos os mártires. No ano de 835 esta celebração foi transferida pelo papa Gregório IV para 1º de novembro.

Segundo uma tradição antiga, foi destinada para o dia 01 de Novembro como protesto aos Celtas ingleses, pagãos, que celebravam as bruxas e os espíritos que vinham se alimentar e assustar as pessoas na noite de Halloween.

O dia de todos os santos é exatamente o grande tributo da Igreja de Jesus Cristo há uma multidão de santos que povoam o Reino dos céus, homens e mulheres que foram apaixonados pelo Senhor nesta vida e hoje gozam de uma felicidade sem fim. “Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7,4 – 14).

A Constituição dogmática Lúmen Gentium do Concilio Vaticano II, ressalta que: “Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por seguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (LG 49).

O pregador oficial da Santa Sé, Frei Raniero Cantalamessa disse em uma de suas pregações que “a santidade não é um luxo, mas uma necessidade”. Nisso implica uma adesão total e absoluta a pessoa de Cristo e a sua práxis, é trilhar o caminho que o próprio Jesus nos ensinou, caminho esse que muitos já trilharam e trilham.

Santidade é graça, é dom, é vida. Santo é aquele que tem a vida marcada pelas bem aventuranças de Jesus, que faz do Evangelho sua doutrina. “Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).

Ao passar ao Novo Testamento, assistimos a mudanças profundas. A santidade não reside nas mãos, mas no coração; não se decide fora, mas dentro do homem, e se resume na caridade. Os mediadores da santidade de Deus não são lugares (o templo de Jerusalém ou o monte das Bem aventuranças), ritos, objetos e leis, mas uma pessoa, Jesus Cristo. Em Jesus Cristo está a santidade de Deus que nos chega em pessoa, não é uma distante reverberação suja. Ele é “o Santo de Deus” (Jo 6,69)*.

O mundo moderno tem uma conotação de santidade extremamente distante da que Jesus nos ensina em Sua Palavra. Jesus deixa claro que santo é aquele que ama os pobres, pois os pobres é sacramento de salvação. “Bem aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus. Bem aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados.

Bem aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.” ( Lc 6,20-21).

Santo é aquele que faz o bem, que perdoa o próximo, “antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”. (Ef 4,32).

Santo é quem faz a vontade de Deus, que não busca nada fora do Senhor, “deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração” (Sl 40,8). Santo é o humilde, o misericordioso, o manso… “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade” (Cl 3,12).

Santidade não é um coletivo de regras e costumes, não está ligado somente ao vestuário, ao modo de se comunicar, as tatuagens e ao piercing. Não tem uma união isolada a música que se escuta, aos lugares que se frequentam, ou as pessoas que convivem. Santidade é muito mais que jejuns e vigílias, santidade é amar a Deus sobre tudo e todos. “Amarás o Senhor Teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças” (Dt 6,5).

A santidade implica, sobretudo, na mortificação do pecado que habita em nós. Na busca da perfeição é indispensável não passar pela via cruz, não há santidade sem renúncia e luta constante. “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo” (2Tm 4, 6).
“Pelo mesmo caminho que Cristo trilhou hão de ir os que o seguem” (Santa Teresa de Jesus). Na busca da santidade não podemos nos acostumar com a condição de pecado, santo é aquele que não se acostumou no chão! Santo é quem faz a diferença! “Algumas pessoas reivindicam e protestam em público por justiça e direitos humanos. Nós não temos tempo para isto. Há seres humanos em grande número que estão morrendo de fome e desprovidos de amor. Em pessoas assim é que servimos a Jesus, vinte e quatro horas ao dia” (Bem aventurada Teresa de Calcutá).

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